terça-feira, junho 02, 2009

Neto Baiano fora por oito rodadas

Segundo colocado no Campeonato Brasileiro, com nove pontos, o Vitória quer provar que não é um “cavalo paraguaio” e se manter nas primeiras posições da tabela. Porém, para isso, não poderá contar com seu artilheiro nas próximas oito rodadas. Devido a uma cusparada em Ramon, do Vasco, Neto Baiano foi julgado nesta terça-feira, dia 2 de junho, no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), e acabou suspenso por oito partidas, por maioria de votos. Com isso, ele já não atua no jogo do próximo domingo, dia 7, contra o Palmeiras, no Palestra Itália, e só retorna no confronto com o Corinthians, marcado para o dia 23 de julho. A sessão da Segunda Comissão Disciplinar teve início às 18h e foi transmitida em tempo real pelo Justicadesportiva.com.br.

O lance aconteceu na partida válida pelas quartas-de-final da Copa do Brasil, quando o Rubro-negro baiano foi eliminado pelo Gigante da Colina. Conforme relatou o árbitro, Neto Baiano teria cuspido em Ramon, lateral-esquerdo cruzmaltino, aos 40 minutos da primeira etapa, fora da disputa de bola. Para complicar ainda mais sua situação, o jogador, depois de ser advertido com cartão vermelho, saiu de campo reclamando com o juiz e colocando em dúvida a arbitragem da partida.

Por conta das duas infrações, o camisa 9 do time baiano foi denunciado pela Procuradoria do STJD nos artigos 253 (Praticar agressão física contra o árbitro ou seus auxiliares, ou contra qualquer outro participante do evento desportivo) e 251 (Reclamar, por gestos ou palavras, contra as decisões da arbitragem ou desrespeitar o árbitro e seus auxiliares) do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). O primeiro tem pena mínima de 120 dias e máxima de 540, enquanto que o segundo pode provocar afastamento por até quatro partidas.

O jogador acabou tendo a primeira infração desclassificada para o artigo 258 (Assumir atitude contrária à moral e à disciplina desportiva), pegando os oito jogos, enquanto que no segundo artigo foi absolvido de forma unânime. Em seu depoimento, Neto Baiano ainda afirma que, após dar um carrinho no jogador Ramon, do Vasco, o adversário lhe disse palavras ofensivas. Nesse momento, afirmou que o assistente levantou a bandeira e afirmou que ele teria cuspido no atleta vascaíno. "Isso não aconteceu, não cuspi em ninguém", relatou o atacante do Vitória.

Para provar que não houve cusparada, a advogada do clube, Patrícia Saleão, afirmou que isso ficou claro a partir do momento em que não houve nenhuma reação de qualquer jogador do Vasco quanto a essa suposta atitude. "Muitos homens dizem que é melhor levar um soco do que uma cusparada. Se isso tivesse acontecido, nenhum adversário ficaria inerte", defendeu.

A defensora encerrou sua fundamentação voltando a afirmar que não houve a cusparada, e que a indignação do atleta com a arbitragem se deu justamente por conta da expulsão injusta naquele momento do jogo. Assim, pediu primeiramente a absolvição, ou, no pior dos cenários, a desclassificação para o artigo 258 do CBJD. Apesar de ter conseguido desclassificar a infração, a advogada achou pesada a pena e vai recorrer. Pelo motivo oposto, a Procuradoria também informou que irá recorrer da decisão, pois não se conformou com a mudança da punição de dias para jogos.

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