segunda-feira, julho 28, 2014

Banco Central deixa o mercado desorientado

Pressionado por uma conjuntura complicada — inflação resistente e economia desaquecida, em plena corrida eleitoral — o Banco Central (BC) oscila entre estimular o crescimento e controlar a alta dos preços. Na sexta-feira, anunciou medidas de estímulo à oferta de crédito um dia depois de indicar, em documento, que precisava manter o juro alto para controlar a inflação. O BC decidiu permitir que até 50% do recolhimento compulsório relativo a depósitos a prazo seja cumprido com operações de crédito, sejam novas ou aquisições de carteiras de outros bancos. O BC também ampliou de 58 para 134 o universo de bancos que podem vender suas carteiras a terceiros, "sem restrições". Além disso, também ampliou a quantidade dos que poderão lançar mão de até 20% de seus compulsórios sobre depósitos à vista para empréstimos e financiamentos que sejam enquadráveis no Programa de Sustentação do Investimento do BNDES. Em um segundo comunicado, divulgou ajustes em critérios sobre o requerimento mínimo de capital para risco de crédito das operações de varejo, permitindo "alocação de capital mais compatível com o histórico de pagamentos da operação". O capital adicional requerido nas operações de crédito em função do prazo original de contratação passa a ser pelo prazo remanescente, isto é, até o vencimento. Segundo disse na sexta-feira em entrevista coletiva a jornalistas em Brasília o chefe do Departamento de Regulação do Sistema Financeiro do BC, Sérgio Odilon dos Anjos, as medidas não tem potencial inflacionário. O BC disse, em nota, que as medidas foram tomadas levando em consideração a recente moderação na concessão do crédito, inadimplência relativamente baixa e menor nível de risco no sistema financeiro nacional.Os anúncios deram margem areações de todo tipo.

Nenhum comentário: