segunda-feira, julho 28, 2014

Incentivo a carros teve impacto de 0,02% no PIB

Alardeada pelo governo como uma das principais estratégias para alavancar o crescimento da economia brasileira - estimulando o consumo - a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos teve impacto muito pequeno sobre o Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país). A conclusão é de um estudo feito pelos economistas Alexandre Porsse e Felipe Madruga, professores da Universidade Federal do Paraná (UFPR). De acordo com os cálculos feitos pelos economistas, a desoneração para as montadoras gerou aumento de apenas 0,02% ao ano no PIB do país. A renúncia fiscal começou a ser usada, em 2009, para combater os efeitos da crise internacional. Os dados mostram que o setor automotivo concentrou 53,4% das desonerações concedidas pelo governo, entre cinco setores. De um total de desonerações de R$ 15,5 bilhões entre 2010 e 2014, R$ 8,3 bilhões foram para este setor. O produtos de linha branca (geladeira e máquina de lavar, por exemplo) ganharam R$ 958 milhões; alimentos ficaram com R$ 1,2 bilhão; móveis, com R$ 1,6 bilhão e outros setores receberam R$ 3,4 bilhões. - O efeito colateral de priorizar a indústria automotiva é uma redução do consumo de outros bens, porque o consumidor fica comprometido com essa dívida por um prazo longo. Além disso, a redução de imposto para carros beneficia faixas da população com renda mediana ou mais elevada. Para atingir pessoas que ganham até um salário, o ideal é que o corte tributário beneficie vários setores da indústria - analisa Porsse.

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