segunda-feira, julho 28, 2014

ONU diz que queda de avião pode ser 'crime de guerra'

A ONU denuncia que a derrubada do avião da Malaysia Airlines pode ser considerada como um "crime de guerra" e pede que uma investigação independente seja realizada para determinar os autores do ataque. "A derrubada do avião no dia 17 de julho é uma violação do direito internacional. Dadas as circunstâncias, isso pode ser um crime de guerra", declarou na manhã desta segunda-feira, 28, a Alta Comissária da ONU para Direitos Humanos, Navi Pillay. "É imperativo que uma investigação urgente, efetiva, independente e imparcial seja conduzida", declarou. O avião foi abatido quando fazia o trajeto entre Holanda e Malásia, com 295 pessoas à bordo. O governo americano acredita que a aeronave foi derrubada graças a um míssil lançado por grupos separatistas apoiados por Moscou. O Kremlin nega qualquer envolvimento. A nova acusação faz parte de um novo informe da ONU que denuncia o "terror e medo" instalado no Leste da Ucrânia por grupos armados separatistas e alerta que essas organizações estão sendo apoiadas por "políticos e cidadãos" russos. Em um informe apresentado nesta segunda em Genebra, a entidade destaca que mais de 1,1 mil pessoas teriam morrido na região desde abril e o estado de direito entrou em colapso. "Há uma séria deterioração da situação, apesar do cessar-fogo que teve um fim em junho", declarou Gianni Magazzoni, um dos principais autores do informe da ONU. Segundo ele, houve cerca de cem violações do cessar-fogo até hoje. O informe ainda denuncia torturas, execuções e sequestros por parte de grupos armados ilegais que são usados para "aterrorizar a população". Para a ONU, os cidadãos do Leste da Ucrânia estão sendo manipuladas diante da disputa entre o governo ucraniano e grupos armados. No total, 717 pessoas teriam sido sequestradas. Dessas, não se sabe o destino de 375. "Elas estão sendo usadas como moeda de troca, para fins de extorsão ou mesmo para influenciar regiões", completou Magazzoni.

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