sexta-feira, outubro 31, 2014

Governo age para acalmar base rebelde no Congresso

O governo deixou claro ontem o temor com o clima tenso que permeia a relação com o Congresso. Depois da derrota desta semana na votação dos conselhos populares e preocupado com a possibilidade de votações de propostas que possam impactar as contas públicas, o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, pediu ontem ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que remeta a ele a lista de projetos que a Casa quer votar até o fim do ano. Segundo Alves, Mercadante, que já foi parlamentar, sabe das pressões e demandas do Legislativo. Integrantes da base cobram a intensificação do diálogo entre o governo e seus aliados. - Foi uma conversa institucional, muito respeitosa. O ministro Mercadante já foi desta Casa, entende muito bem as pressões, as demandas do Legislativo. Ele apenas pediu para que informássemos as pautas que esta Casa gostaria de votar, nada além disso - relatou Alves. Depois de prometer mais diálogo em seu primeiro pronunciamento após ser reeleita, a presidente Dilma Rousseff disse ao vice-presidente Michel Temer, na última terça-feira, que deseja uma relação mais próxima com o PMDB. Aliado preferencial do governo e fiel da balança no Congresso, o partido voltou das eleições já impondo uma derrota ao Planalto na Câmara: a derrubada do decreto presidencial que cria uma estrutura de conselhos populares no governo federal. Embora céticos em relação à mudança de postura de Dilma, integrantes do PMDB consideraram um bom sinal ela ter recuado da proposta de plebiscito sobre a reforma política e ter aceitado fazer um referendo. Dizem que, em outros tempos, ela jamais mudaria de opinião. No comando do Congresso, os peemedebistas consideram a proposta de plebiscito uma usurpação das funções do Legislativo. Para integrantes do PMDB, Dilma é uma presidente fragilizada por ter sido reeleita com margem apertada de votos. Na conversa com Temer, Dilma não teria falado sobre reforma ministerial. O partido ocupa hoje cinco ministérios e gostaria de aumentar sua participação ou reassumir pastas mais robustas, ocupadas no governo Lula, como Saúde e Integração Nacional.

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