domingo, fevereiro 14, 2016

RS suspende larvicida que teria relação com microcefalia

O secretário estadual de Saúde, João Gabbardo, anunciou na manhã deste sábado que vai suspender temporariamente no Rio Grande do Sul o uso do larvicida Pyriproxyfen em reservatórios de água potável. O produto é indicado pelo Ministério da Saúde no combate ao Aedes agypti e utilizado no Brasil desde 2014. A motivação foi um relatório divulgado nesta semana pela organização médica argentina Physicians in the Crop-Sprayed Towns, que relaciona o uso do produto ao período e ao local de maior manifestação da doença. O Pyriproxyfen é utilizado, sobretudo, em regiões carentes de saneamento, onde a população precisa armazenar água em casa devido ao racionamento. O estudo foi detalhado na edição deste sábado de Zero Hora. — Tomamos essa decisão em função destas pesquisas. Até que provem ao contrário e que se tenha uma manifestação de que é seguro, não vamos mais usar. Estamos olhando para uma associação de fatores: a utilização desse larvicida pode ter efeito teratogênico (causar má-formação em fetos e embriões), que junto ao zika vírus pode potencializar a situação — defende Gabbardo. O secretário confirma que já enviou uma orientação aos municípios para que suspendam imediatamente o uso do larvicida. A utilização do Pyriproxyfen, porém, ainda é permitida em locais onde há água parada que não seja para o consumo. — No Rio Grande do Sul é pouco usado, as áreas que precisam estão mais no interior, onde não há água encanada. A quantidade seria insuficiente para causar qualquer efeito, mas mesmo assim, por precaução, achamos melhor não usar — afirma.

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