quarta-feira, maio 03, 2017

Facções já têm gerentes de roubo de cargas


Madrugada de 20 de março, Rodovia Presidente Dutra. Entre São João de Meriti e a Pavuna, um caminhão saído do interior de São Paulo, carregado de 19 toneladas de doces variados, é fechado por um Toyota Corolla, de onde saltam homens armados. Rendido, o motorista é levado para o Complexo do Chapadão, a cerca de três quilômetros dali. Cinco horas depois, pacotes de bala (500g) e de bombom (300g), parte da carga roubada, já são vendidos nos vagões do ramal Belford Roxo da SuperVia, a R$ 2 cada.Se todos os produtos fossem comercializados na malha ferroviária pelo mesmo preço, uma única ação de poucos minutos renderia à quadrilha quase R$ 100 mil. Um negócio que, de tão lucrativo, já levou o tráfico de drogas a criar, em algumas favelas, a figura do gerente de roubo de cargas — um crime que, muitas vezes, supera até a própria venda de entorpecentes em faturamento.

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