domingo, julho 23, 2017

Justiça defende tratamento aliado à pena a presos drogados


Filho de uma família de classe média, Paulo (nome fictício) mal lembra o dia em que foi preso, em 2014, aos 29 anos. Segundo relato da polícia, estava sem camisa, com arma na cintura, praticando pequenos assaltos em um bairro de uma capital do Nordeste. Não se preocupava sequer em ocultar o rosto ou o revólver. Roubava para suprir o avassalador vício no crack, que o consumia há pelo menos dois anos. Na prisão, tinha tudo para virar um “zumbi”, denominação para viciados que topam as mais variadas “paradas” no cárcere – incluindo matar desafetos internos de traficantes – para obter crack.O destino de Paulo mudou quando a Justiça do Estado em que ele foi preso entendeu que os crimes foram motivados pela dependência e que parte da pena deveria ser cumprida com internamento – monitorado judicialmente – para livrar-se do vício. Paulo foi mandado para uma comunidade terapêutica privada do Grande Recife. Três anos depois, se diz livre. “Da minha pendência com a Justiça e do crack.”

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