quinta-feira, junho 18, 2020

Usaram dinheiro público para propagar atos antidemocráticos

Humberto Jacques, vice-Procurador-Geral da República, está acusando quatro deputados do PSL de usarem recursos de suas cotas parlamentares para divulgar os atos anti-democráticos do dia 3 de maio. São eles: Bia Kicis (DF) (foto), General Girão (RN), Guiga Peixoto (SP) e Aline Sleutjes (PR). O caso está contado na petição pela qual Jacques requereu a quebra de sigilos bancários, fiscal e telemático de congressistas aliados de Jair Bolsonaro. Essas e outras ações, autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, resultaram na operação da PF deflagrada anteontem. De acordo com Jacques, três dos quatro investigados contrataram a empresa Inclutech Tecnologia em abril, sob a rubrica divulgação de atividades, para "promover o respectivo apoiamento aos atos antidemocráticos". Ainda segundo o documento da PGR, Kicis desembolsou R$ 6,4 mil da cota pela "criação e elaboração de peças em vídeo para publicação na web". Guiga Peixoto, sustenta o procurador, gastou R$ 6,5 mil e Aline Sleutjes, R$ 10 mil em serviços semelhantes, mas com o mesmo objetivo. Jacques afirma ainda que General Girão usou R$ 7,4 mil do cotão para contratar a empresa Lima Junior, conforme diz a investigação, também para bater bumbo pelos protestos. Escreve Jacques: — Como se pode verificar, no ecossistema de redes sociais e propagação de idéias de mobilização social e realização de manifestações ostensivas nas ruas, há participação de parlamentares tanto na expressão e formulação de mensagens, quanto na sua propagação e visibilidade, quanto no convívio e financiamento de profissionais na área. E concluiu: — Na parte visível de toda essa organização há militantes, há políticos, há organização, há recursos financeiros. Há também direitos. Todavia, potencialmente pode haver abusos e crimes que precisam ser apurados a partir do esclarecimento do modo de funcionamento estruturado e economicamente rentável de uma escalada de organização e agrupamento com pretensões aparentes de execução de ações contra a ordem constitucional e o Estado Democrático e provocação das Forças Armadas ao descumprimento de sua missão constitucional. (Lauro Jardim)

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