sábado, maio 07, 2022

Surto de norovírus acende sinal de alerta em Salvador

Uma virose chamou atenção do pesquisador e virologista do Instituto de Ciências da Saúde da Ufba, Gúbio Soares, que nas análises de amostras, notou que o número de casos registrados de norovírus tem aumentado em Salvador. De acordo com o virologista, entre o final do mês de abril e esta primeira semana de maio, das 35 amostras de um laboratório privado, ao menos 15 testaram positivo. Por sua vez, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) afirma que, neste momento, ainda não há nenhuma confirmação oficial de um aumento do número de casos do vírus. Gúbio Soares, virologista do Instituto de Ciências da Saúde da Ufba, laboratório onde as amostras foram analisadas, conta que o vírus já foi identificado antes na cidade entre 2007 e 2008 e atingiu cerca de 5 mil pessoas à época. Soares caracteriza o norovírus como um tipo de vírus com alta capacidade infecciosa e de resistência. Ele provoca sintomas como diarréia, vômitos, febre alta, dores no corpo e no estômago. “Esses sintomas podem durar de um a três dias e surgem de 24h a 48h após a infecção. A infecção por norovírus acontece após ingestão de água e alimentos contaminados ou através do contato entre pessoas infectadas”, diz o especialista e alerta que é possível transmitir o vírus para outras pessoas até dois dias após o desaparecimento dos sintomas. O uso de máscaras e sanitização das mãos são, segundo Soares, a melhor forma de se proteger. “Esse vírus é altamente contagioso e mesmo que esteja atingindo um número reduzido de pessoas, a tendência dele é de expandir. Estamos dando este alerta porque muitas pessoas já podem estar apresentando os sintomas do norovírus e não estão indo para os postos de saúde, preferindo se automedicando”, continua. De acordo com o relato de uma fonte, que preferiu não se identificar, os sintomas do vírus começaram a se manifestar na última segunda-feira, no fim da tarde. Apesar de ainda não ter tido o diagnóstico da infecção pelo vírus, a fonte decidiu se manter em isolamento. “A princípio só um mal estar inespecífico e gases. Mais tarde, em torno das 23h começou a piorar o desconforto e o primeiro dia foi o pior, com diarréia e ânsia de vômito, moleza e gases”, descreve. Já a SMS declara que há um aumento na demanda por atendimento nas Upas e gripários da capital baiana, mas está descartada a hipótese de surto de virose causada pelo norovírus, já que o crescimento da busca por atendimentos não foi identificado como um resultado do aumento de casos de diarréia, sintoma principal deste vírus, na rede municipal. Segundo a infectologista da secretaria, Adielma Nizarala, a eclosão da procura pelos serviços prestados na capital são derivados de doenças respiratórias. A pasta explica que não há qualquer indício de surto e por isso não justifica, pelo menos até o momento, investigações dos casos, além disso, diz que o norovírus é comum e provoca diarreia, vômitos, dentre outros sintomas comuns a este tipo de doença. “Não houve nenhuma notificação oficial de aumento de número de casos ou do aparecimento do norovírus em Salvador”, diz Nizarala.

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