O marqueteiro e articulador político Josias Miguel deu tchau ao governo de Capitão Azevedo (DEM), segundo apurou o Pimenta na Muqueca. O pedido de exoneração do cargo foi apresentado há uma semana ao prefeito, que se negou a aceitá-lo. “Se o senhor não assina, eu não venho mais”, respondeu.
Josias, que ocupava a pasta de ações governamentais e comunicação social, bateu de frente com o secretário da Fazenda, Carlos Burgos, de quem discordava pelos seus métodos e por criar mais embaraços do que soluções ao governo.
O prefeito insistiu para que Josias ficasse, mas o ex-secretário sustentou que a decisão era para valer. “Vou cuidar da minha vida”. Desde a semana passada, o Pimenta apurava a informação, prontamente desmentida por setores do governo. Mas era verdade. Só não aconteceu antes por resistência de Azevedo.
Dos embaraços criados por Burgos, o último foi o repasse de duodécimo a menor em R$ 130 mil para a Câmara de Vereadores. O repasse a maior ou a menor é considerado crime de improbidade e pode levar à cassação do prefeito.
Azevedo se reuniu na semana passada com setores administrativos da Câmara e disse que iria pagar o restante do duodécimo de abril parcelado em três vezes. Burgos teria dito que não fará o repasse.
12 dos 13 vereadores já assinaram requerimento para cassar Azevedo. A decisão será anunciada nesta quinta, dia para o qual ficou acordado o pagamento da primeira parcela do ‘papagaio’ de R$ 130 mil. Caso não ocorra o repasse, os nobres edis dão início à tramitação do pedido de cassação.
O nome mais forte para substituir Josias Miguel é o do experiente jornalista e advogado Walmir Rosário, que assumiu a assessoria de comunicação da prefeitura no início de abril.
Esta é a segunda baixa no primeiro escalão do governo de Capitão Azevedo. A primeira ocorreu logo após a posse, quando o engenheiro Francisco França, anunciado como presidente da Emasa, rejeitou o cargo. Outra demissão importante foi registrada na área de planejamento da Saúde, que era ocupada pelo advogado Luiz Guarnieri.
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