Itabuna, a principal cidade do sul da Bahia, já viveu momentos de grande prosperidade. O cacau como principal fonte econômica ajudou, inclusive, a sustentar todo o estado durante o apogeu da lavoura.
Nas ruas, na história, marcas permanentes de uma época considerada ‘de ouro’, mas muita coisa ficou mesmo no passado. Hoje, Itabuna enfrenta problemas graves que precisam de soluções urgentes.
A 450 quilômetros de Salvador, Itabuna tem pouco mais de 220 mil habitantes. O município está situado numa posição geográfica estratégica, às margens das BRs 101 e 415 - o que tornou a cidade um dos maiores centros urbanos e importante polo comercial e de serviços da região sul do estado.
Mas o crescimento foi desordenado e trouxe problemas. Na saúde, a situação é grave. Itabuna está entre os municípios brasileiros com o maior índice de infestação do mosquito transmissor da dengue. O último levantamento apontou quase 17%. A Vigilância Epidemiológica registrou mais de 13 mil casos da doença, com oito mortes confirmadas.
Os focos do mosquito estão por toda parte. Nos lixos acumulados ou espalhados em terrenos baldios, nas ruas de quase todos os bairros. A Secretaria de Desenvolvimento Urbano afirma que a coleta é feita diariamente, mas muitos moradores não colaboram com a limpeza.
Só que o problema maior está nos canais cobertos por mato e muita sujeira. O Ministério Público denunciou o município porque também os dejetos das casas lançados nos canais vão parar no rio Cachoeira, um antigo cartão-postal da cidade e que hoje não é mais visto com tanta beleza.
O estudante Alex Galvão, que mora em frente ao rio, já ouviu boas histórias sobre o local. ‘Quem conhecia essa região muito aqui era meu tio, que morava aqui desde criança. Ele me contava que a pescaria aqui era forte. Não tinha essa barragem e tinha uma ponte e o pessoal costumava pescar muito, mas que essa atividade teve que ser diminuída devido aos problemas, principalmente, esgoto’, lembra o jovem.
Na infraestrutura, a cidade está carente. Moradores de bairros como Santo Antonio e Odilon são alguns dos mais prejudicados.
No centro da cidade, algumas praças como a que fica em frente a Catedral de São José já não servem mais para o lazer. A única reformada recentemente é a praça Octávio Mangabeira que ganhou uma fonte luminosa, brinquedos e hoje se tornou um ponto de encontro.
Na segurança, a Polícia Militar registrou uma queda no número de assaltos e arrombamentos nas áreas centrais da cidade em torno de 80% nos últimos oito meses. A polícia atribui isso à implantação do sistema de vídeo-monitoramento, mas na opinião da professora o combate à criminalidade ainda está precário. ‘Nós não vemos um policial… nada aqui para proteger a gente. Então, quando chega certo horário, a gente vai embora para casa’, queixa-se a professora Maysa Celina.
As alternativas para melhorar a cidade são várias. Uma delas vem da Associação Comercial de Itabuna. A entidade acredita que antes de buscar novos investimentos é necessário, primeiro, mudar o visual do município que está perto de completar 100 anos.
‘Nós teríamos que ter toda infraestrutura necessária, tais como aumentar a oferta de água. Esse sempre foi o grande problema da cidade na atração de indústrias. Nós temos que capacitar uma mão de obra qualificada para atender essa demanda que vai surgir. Também melhorar aspectos como o visual da cidade. Nós temos que melhorar a entrada da nossa cidade, o saneamento básico, nós precisamos também investir em segurança’, aponta o presidente da Associação Comercial de Itabuna, Ubirajara Coelho.
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