A discussão sobre partilha de royalties do pré-sal pode se tornar uma disputa de quem está com mais problemas.
O governador da Bahia, Jaques Wagner, defendeu nesta quarta-feira, durante seminário sobre o pré-sal, em Brasília, que a partilha do benefício seja feita para todos os Estados e municípios, de um jeito "ousado": proporcional à densidade demográfica e inversamente proporcional ao IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do local.
Ou seja, quanto mais pobre a localidade, maior a sua fatia nos royalties. O benefício tem sido objeto de disputa entre Estados produtores da região do pré-sal, que defendem que a regra atual continue vigorando, e os demais, que exigem partilha igualitária do dinheiro.
O governador do Espírito Santo, um dos Estados produtores, rebateu Wagner dizendo que seu Estado não tem uma economia tão desenvolvida como muitos avaliam e nem o poder de comover pela pobreza. "Nós não temos a tecnologia que o Nordeste tem para fazer a comoção nacional", provocou Paulo Hartung.
No entanto, Hartung disse não colocar obstáculo à distribuição dos royalties, mas defende um tratamento diferente para os Estados produtores. "Tratamento diferenciado não quer dizer exclusão dos outros", afirmou.
Cabo de guerra
Seguindo a mesma linha de discurso da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, Hartung disse que os recursos vindos dos royalties são muito pequenos comparados ao fundo social, por isso não há motivo para tanto alvoroço.
"O que será distribuído é um pequeno valor. Estão artificializando um cabo de guerra. Precisamos desarmar esse cabo de guerra para fazer o debate", afirmou o governador capixaba.
No time dos que também querem distribuição dos royalties, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, pediu para que esse recurso seja "blindado" do gasto corrente, direcionado a áreas estratégicas e estruturadoras, como educação.
"Esse dinheiro do royalty não pode ser destinado ao custeio da máquina pública. Devemos investir em conhecimento, ciência e tecnologia", disse o pernambucano.
Jequitinhonha
Wagner anunciou, durante o seminário, que a Petrobras tem fortes indícios de presença de petróleo na camada do pré-sal na Bahia, entre os municípios de Ilhéus e Belmonte, no vale do Jequitinhonha.
Já foi encontrado gás na plataforma, mas a sonda teve que ser deslocada para outro local antes de atingir a camada do pré-sal. Não há previsão de quando a sonda voltará ao Jequitinhonha.
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