“Criamos esse nome em Salvador, onde surgem muitas gírias bem engraçadas. Vimos a galera dançando meio desengonçada, aí chamamos de ‘Tchubirabirom’, que quer dizer o tremer do corpo”, define Santana. “Mas a galera logo vai interpretar de várias formas, tipo: ‘Você já fez tchubirabirom hoje?’”, vislumbra.
Novo CD do grupo de axé, ‘Negro Lindo’ traz 13 faixas, entre elas a que ensina o novo rebolado (aprenda o passo a passo para não ficar por fora neste verão). A simplória letra de ‘Tchubirabirom’, criada a oito mãos, garante que “nesse Carnaval, eu sei que vai ferver”. Mas, como sucesso não é uma equação matemática, caso a promissora música não emplaque, Léo Santana garante que tem outros trunfos na manga.
“O disco está repleto de sucessos, como ‘Pista de Dança’ (dos versos ‘O camarote é muito bom/Visão privilegiada /Tem muita bebida ‘free’/E a cerveja é bem gelada’)”, aposta. “Acho difícil atingirmos o mesmo sucesso do ‘Rebolation’, que foi uma coisa de louco. Se acontecer, será lindo, mas o intuito é ao menos manter o sucesso do grupo e do artista Léo Santana”, define o vocalista, por sinal, o único integrante a aparecer nas fotos do encarte, apesar do álbum creditado ao conjunto.
Outro carro-chefe do lançamento é a faixa-título. Apesar do refrão “Sou eu, negro lindo/ Sou eu, sou eu”, o moço garante que não estava falando de si mesmo quando a compôs com Nenel (mesmo parceiro de ‘Rebolation’): “Sou narcisista, sim, mas essa é uma música pra geral. Eu trouxe a coisa da coreografia e da sensualidade, mas a banda já existia há 10 anos quando entrei, e sempre falava de conceitos. Daí rolou isso, de falar do negro”.
Muito antes do Parangolé, o pianista e compositor João Roberto Kelly antecipava a tendência do rebolado em sua ‘Dança do Bole-Bole’. Gravada em 1976, a canção não dizia muito mais que “Mulherada, que dança é essa /Que o corpo fica todo mole?”. Autor também de marchinhas antológicas, como ‘Cabeleira do Zezé’ e ‘Maria Sapatão’, Kelly pode, então, ser considerado o pai (ou avô) do ‘Rebolation’.
“Apenas tirei o rebolado do pé da mulata e o trouxe mais para cima. É a mesma técnica que o Parangolé usou”, compara. Por sugestão do jornal O DIA, o ‘criador’ João Roberto Kelly e a ‘criatura’ Léo Santana trocaram perguntas em um divertido pingue-pongue.
“Léo, você sabe dançar o meu bole-bole?”, começa o veterano.
“Nunca ouvi a versão original, mas conheço bem a do Exaltasamba, que gravou a ‘Dança do Bole-Bole’ recentemente”, assume o novato, emendando na hora a melodia e a letra da música com propriedade. “Agora, Kelly, quero saber se você já sabe dançar o ‘Tchubirabirom’?”.
Kelly ainda não foi afetado pelo novo lançamento do Parangolé. “Mas do ‘Rebolation’ eu gosto muito, e sei dançar bem... você quer ver?”, devolve, às gargalhadas. O líder do grupo baiano se anima: “Claro! Quando eu chegar no Rio para lançar o disco novo, quem sabe não fazemos isso juntos, no palco?”, sugere. O encontro promete ser imperdível. (O Dia)
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