As cinco agremiações que não fazem parte do Clube dos 13 e vão participar da Série A do Brasileiro desta temporada estão preocupadas.
América-MG, Atlético-GO, Avaí, Ceará e Figueirense ainda não tomaram lado na divisão de forças que tem envolvido o futebol brasileiro.
Mas dirigentes dos cinco clubes consultados pela Folha têm uma certeza: os pequenos vão sair perdendo.
O Brasileiro deste ano já está definido -será transmitido pelos canais Globo e Band, na TV aberta, e Sportv.
O racha se dá em torno do triênio 2012-2014. Corinthians, Palmeiras, Santos, Cruzeiro, Grêmio, Coritiba, Flamengo, Vasco, Botafogo e Fluminense anunciaram que pretendem negociar separadamente os contratos de TV, sem intermediação do C13.
Atlético-MG, São Paulo e Atlético-PR continuam com a entidade. Há um grupo de indecisos. E os pequenos assistem a tudo preocupados.
O presidente do Atlético-GO, Valdivino de Oliveira, usou o termo "sobras" ao falar sobre a quantia que as emissoras pretendem destinar aos clubes pequenos.
"Nos sentimos discriminados com essas cotas, a gente vive de sobras", constatou. "Se os clubes fizerem acertos individualmente, isso pode prejudicar os menores, mas vamos analisar quando abaixar a poeira", emendou.
O cartola goiano disse que pretende conversar com os outros times pequenos. "Cabe a nós também fazer um grupinho, que poderia agir. Tem que ouvir todos eles."
Oliveira também reclamou do fato de o Clube dos 13 ser uma entidade fechada. "Tem clube na Série B que vai ganhar mais do que nós, que estamos na Série A."
"Estou assustado", disse o presidente do Avaí, João Nilson Zunino. "Não digo que tenho que ganhar o mesmo que o Corinthians, mas o Brasileiro pode virar um Espanhol, em que só Real e Barcelona disputam título."
Zunino diz ainda que, se um grande negociar com uma emissora e o Avaí com outra, o jogo entre os dois não será transmitido. "O Flamengo vai ter que jogar com o Avaí. Se a importância [em dinheiro] for pequena, não vamos aceitar e nossos jogos não serão transmitidos."
Robinson de Castro e Silva, vice-presidente do Ceará, manifestou preocupação semelhante. "Não temos posição firmada, mas os menores vão ficar sem força", disse.
O presidente do América-MG, Marcos Salum, afirmou que seu clube pode negociar sozinho. "Eu tenho trânsito em todas as TVs. O América não perde dinheiro."
O presidente do Figueirense, Nestor Lodetti, adota atitude mais cautelosa. "A discussão é sobre 2012, ainda falta muito tempo. Nós estamos aguardando", declarou.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/esporte/fk0303201115.htm
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