A margem da indústria para acomodar aumentos salariais por meio de ganhos de produtividade acabou. Nos 12 meses encerrados em fevereiro, a produtividade cresceu 4,1%, enquanto a folha de pagamento por trabalhador subiu 3,65%, já descontada a inflação - uma diferença inferior a 0,5 ponto percentual. Em meados do ano passado, a folga superava 6 pontos percentuais. Enquanto a produtividade subia 8,1% em 12 meses até julho de 2010, as despesas salariais acumulavam alta de 1,9%.
Salários que avançam acima da produtividade preocupam porque tendem a alimentar a inflação, já que as empresas são levadas a repassar os aumentos de custos para os preços. A concorrência dos importados dificulta o movimento em alguns setores, mas a demanda forte ajuda a sancionar repasses. No momento em que a inflação se aproxima do teto da meta perseguida pelo Banco Central, de 6,5%, essa é uma péssima notícia.
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