domingo, setembro 11, 2011
CRÍTICA/ 'Barata Flamejante' e a baixa qualidade no Multishow
Nos primórdios da TV paga, há mais de 15 anos, ninguém do ramo trabalhava para 11 milhões de assinantes (o número aproximado alcançado hoje, segundo a Anatel). Na época, era possível experimentar, investir em públicos restritos, apostar em programação elitizada e errar bastante sem que muita gente percebesse. Foi um grande aprendizado para muitos.
Com o crescimento do setor, os canais tiveram seu alcance ampliado e muitos redesenharam sua programação para atender a plateias diversas, menos elitizadas. Isso aconteceu com o GNT, por exemplo, que enveredou por um caminho mais popular. Outros foram abandonando as legendas das atrações estrangeiras e adotando a dublagem para agradar ao espectador recém-chegado.
Neste cenário, as mudanças mais misteriosas são as ocorridas com o Multishow. Originalmente dedicado a música e espetáculos, o canal passou a buscar o público jovem, o mesmo que prestigiava a MTV. Até aí, ok. O problema é que sua programação, com algumas honrosas exceções, não valoriza de verdade seu espectador. Ser jovem não é sinônimo de fazer por menos. E no canal da Globosat estão prosperando atrações da pior qualidade com a desculpa de que elas são voltadas para essas plateias.
Há vários exemplos, mas o mais ilustrativo deles é a série brasileira “Barata Flamejante”. Basta uma pesquisa para descobrir que seu criador, Ian SBF — que também assina o roteiro e direção —, declarou ter tido “a ideia do personagem na adolescência”. Como todo mundo sabe, muita gente tem ideias incríveis na adolescência. Felizmente, o mercado é competitivo e nem todas elas se materializam, como aconteceu com esta produção. “Barata Flamejante” não é um “programa para o público jovem”. Ao contrário, trata-se de um insulto à inteligência desse espectador. É algo tão constrangedor que não mereceria estar na TV por assinatura nem nas priscas eras em que havia poucas testemunhas.
O Multishow, com seus altos e baixos, deve buscar um maior controle da qualidade. Certas derrapadas podem comprometer o todo seriamente.
Pai e filho
Lúcio Mauro Filho conciliará as gravações de “A grande família” com as filmagens de “Vai que dá certo”, de Maurício Farias. No longa, ele será neto do seu pai na vida real, o ator Lúcio Mauro.
Poemas
Antonio Calloni vai ler poemas de Manoel de Barros, hoje, no Café Literário da XV Bienal do Livro.
Outros dotes
Júlia Almeida lançará em outubro uma revista virtual. Criadora do projeto, ela será colunista de culinária.
Da água para o vinho
Depois do vilão Henrique, de “Insensato coração”, Ricardo Pereira será um homem da lei em “Aquele beijo”. Para viver Vicente, procurador do Estado que dedicou sua vida ao trabalho, o ator assistiu a audiências e mergulhou no mundo judiciário. Ricardo estudou com a supervisão de Sérgio Penna, requisitado preparador de elenco do cinema.
Experiência
Guilherme Prates fará laboratório no Instituto Benjamin Constant. É que Daniel, seu personagem em “Vidas em jogo”, ficará cego.
30 anos
No ar em “O Astro”, Vera Zimmermann fará 30 anos de carreira em outubro.
NOTA 10
Para Paulo Rocha, o Guaracy de “Fina estampa”. O personagem criado por Aguinaldo Silva é ótimo: brinca com todos aqueles clichês atribuídos aos portugueses e, ainda assim, é um tipo real. E o ator está dando um show.
NOTA 0
Para “Batalha de clipes” da MTV. Eles admitem uns vídeos caseiros e sem qualidade que são qualquer nota. A gente fica imaginando qual é a verdadeira batalha que existe no programa, que, afinal, cobra o SMS dos votantes. (Patricia Kogut)
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