CRÍTICA: ‘A vida da gente’: cadê o vilão? - Patricia Kogut

Uma amiga e leitora, assistindo a “A vida da gente”, manda uma mensagem via telefone: “Tenho muita pena dessas irmãs”, escreveu. As irmãs são Ana (Fernanda Vasconcellos) e Manuela (Marjorie Estiano). Ambas personagens positivas, elas estão enredadas numa trama maldita: são apaixonadas pelo mesmo homem. Como se não bastasse, Ana e Rodrigo (Rafael Cardoso), agora separados, têm uma filha. A menina chama a tia, que foi a figura feminina que cuidou dela enquanto Ana estava em coma, de mãe.
O enredo criado por Lícia Manzo é intrincado e seu desfecho, imprevisível. Isso tem mobilizado os internautas. Curiosamente, porém, não da maneira como fisgou minha amiga. Quase ninguém tem pena de ambas. Os espectadores escrevem invariavelmente atacando uma das irmãs. Há verdadeiras campanhas contra uma, ou contra a outra. Fizemos uma enquete no blog perguntando quem deve ficar com Rodrigo e deu quase empate. O público, dividido, precisa desesperadamente de um vilão e ele não existe.
O tema já foi explorado de várias maneiras no cinema (em “Duas inglesas e o continente”, de François Truffaut, por exemplo) e é bom. No caso de um folhetim, e das 18h, trata-se de uma bela ousadia. O espectador de novelas, tão treinado para torcer pelo bem em detrimento do mal, agora foi pego pelo contrapé.

Bruno Garcia fica afastado de novela das 19h
Miguel Falabella pediu ao elenco de “Aquele beijo” para ficar no Rio no fim do ano, já que o ritmo da novela não permitirá folgas. Todo mundo topou numa boa, com exceção de Bruno Garcia. Alegando ter uma viagem marcada, ele ficará mais de uma semana afastado.

Calor nacional
Por causa do ritmo intenso das gravações de “Fina estampa”, Paulo Rocha, o Guaracy da novela, passará o Natal longe da família. O ator português não conseguirá ir a Lisboa. Pela primeira vez, vai comemorar a data no Rio, entre amigos.

Natal em família
No ar como Patrícia, em “Fina estampa”, Adriana Birolli conseguiu uma folga de dois dias para passar o Natal em Santa Catarina, onde nasceu. A atriz passará a data em Mafra, no interior do estado, na casa de sua avó, Aleta, com os pais, os irmãos e os primos.

Comemos mosca
O Sony, através de sua assessoria, diz que avisou sobre a suspensão de “Grey’s anatomy” e “Private practice” por conta das exibições especiais de “The X-Factor”. Então, o zero da coluna para a falta de alertas não procede.

Rei sim, o do Nilo
O sucesso de Crô, personagem de Marcelo Serrado em “Fina estampa”, dividiu até as atenções dos fãs de Roberto Carlos. O ator foi aplaudidíssimo pela plateia do show do Rei. “Uma senhora gritava: ‘Rei do Nilo, Rei do Nilo’”, conta Serrado.

O outro lado
Paulo Mendonça, diretor do Canal Brasil, escreve sobre a nota zero para a entrevista de Sócrates a Zé do Caixão, e corrige a coluna sobre o fato de ser uma reprise. “Foi última e inédita entrevista concedida pelo Sócrates”, diz. “A decisão de colocarmos no ar a entrevista feita dias antes de sua morte foi discutida com quem poderia se sentir afetado e entendida como uma digna homenagem ao amigo”, segue Mendonça. O zero, para o mau gosto, fica mantido. Mas não vale para a reprise.

NOTA 10
Para Elizângela, pela Íntima de “Aquele beijo”, novela de Miguel Falabella dirigida por Cininha de Paula. É aquela combinação feliz de uma boa atriz com uma personagem que ajuda. E o nome é inspirado à beça.

NOTA 0
Para o “Superpapo” da RedeTV!, um programa de televendas para carentes. É mal realizado, com encenações amadoras, ridículas, cheias de diálogos artificiais. Essas iscas para espectadores ingênuos irritam.