A cada nova marca de audiência de Fina Estampa, o autor Aguinaldo Silva vai ao Twitter comemorar. “Fom! Fom!”, escreve. Não é para menos. A queda acentuada do público das novelas nos últimos anos é tamanha que, hoje, 39 pontos no Ibope na Grande São Paulo, no horário das nove, passaram a ser motivo de festa, quando o ideal para a Globo, há cinco anos, eram 50. Diante desse cenário, chamam atenção os planos da emissora para 2012, quando ela deve levar ao ar três readaptações – além das já anunciadas Guerra dos Sexos, de Silvio de Abreu, e Gabriela, de Walcyr Carrasco, está em estudo Dona Flor e Seus Dois Maridos. A posição oficial do canal é de que a convergência de remakes é uma coincidência provocada pela homenagem a Jorge Amado, cujo centenário é comemorado em 2012. Mais do que isso, porém, o recurso levanta suspeitas sobre o fôlego criativo da teledramaturgia global.
Os remakes podem ser uma arma valiosa, tanto para preencher a grade de dramaturgia da emissora, alargada com a criação do horário das 23h, como para elevar a qualidade das tramas. Só clássicos são retrabalhados. O aumento da demanda por folhetins e o questionamento da qualidade por espectadores cansados da repetição de fórmulas são inimigos internos que a Globo precisa enfrentar. O investimento em um número maior de remakes é uma saída para o quadro.
A TV Globo afirma que não há supervalorização de remakes em detrimento de novelas originais. "Cada remake é uma nova novela", diz a emissora em nota ao site de VEJA. "O que temos hoje é apenas a coexistência dos dois tipos de produção, o que ocorre desde o início do processo de industrialização da arte (1930). Vale lembrar também que, além do remake Gabriela, temos previstas, só no primeiro semestre, cinco produções originais – duas minisséries – de Maria Adelaide Amaral e de Euclydes Marinho - e três novelas dos autores João Emanuel Carneiro, Elizabeth Jhin e Filipe Miguez e Izabel de Oliveira."
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