sexta-feira, junho 22, 2012

Brasil lidera missão para reduzir crise no Paraguai

Um episódio sobressaltou ontem a América do Sul, tão acostumada nos últimos anos a uma normalidade democrática: o parlamento paraguaio deu início a um processo de impeachment do presidente Fernando Lugo e já pretende finalizá-lo hoje. O fato que serviu de motivo para a oposição desencadear o processo – a "gota d"água" – foi a matança de seis policiais e 11 sem-terra em confronto na sexta-feira em Curuguaty, 250 km a nordeste da capital. Primeiro, a Câmara de Deputados aprovou pedido de julgamento político para destituir o presidente por "mau desempenho das funções". A petição foi aprovada por 76 votos a um. Em seguida, o Senado aprovou que a decisão final do impeachment seja anunciada hoje, às 17h30min, após o depoimento do presidente, às 12h. Se houver aprovação por 30 dos 45 senadores (dois terços), Lugo será afastado – e o vice, Federico Franco, assume. E por que tal crise importa ao Brasil a ponto de a presidente Dilma Rousseff já ter enviado o chanceler Antonio Patriota a Assunção? Porque instabilidade política no Paraguai representa ameaça ao fornecimento de eletricidade ao sul e ao sudeste brasileiros. Outra razão é a imensa legião de migrantes brasileiros. Lá estão radicados 400 mil agricultores brasiguaios (brasileiros ou descendentes), atraídos com promessas de terra barata.

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