
“Cinquenta tons de cinza”, livro que abriu a trilogia soft pornô lançada no Brasil pela Intrínseca, já está no topo da lista dos mais vendidos do Prosa & Verso, uma semana depois de chegar às lojas no Rio. Em setembro sai o segundo livro, “Cinquenta tons mais escuros”. A série fecha em novembro, com “50 tons de liberdade”. Lançados em abril nos Estados Unidos, eles ocupam os três primeiros lugares da lista dos mais vendidos do “New York Times”. Venderam, juntos, 31 milhões de exemplares em quatro meses. A trilogia vai virar filme. Os direitos para o cinema foram comprados pela Universal Pictures, que já escalou para o projeto os mesmos produtores de “A rede social”, Michael De Luca e Dana Brunetti. O diretor ainda não foi escolhido. Professora de filosofia, Carla Rodrigues não vê grandes novidades em no livro. “É a mesma literatura bobinha do Diário de Bridget Jones, só que apimentada.” Para Carla, a literatura mulherzinha continua mulherzinha, mas ficou menos cor de rosa, e isso o livro já tenta deixar claro em seu título. “Sumiu o rosa, ainda bem”, diz.

Mulheres submissas sexualmente como a personagem do livro costumam ser poderosas, e muitas vezes mandonas na vida social e profissional, diz a antropóloga Mirian Goldenberg. “Elas gostam de fazer um jogo de submissão. É, como se na cama elas dissessem: ‘eu faço o que você quer e o que você quer me dá prazer’. Os homens ficam loucos com isso”, conta. A seu modo, a promotora de festas de swing Alice Gouveia, da 18A, confirma a tese de Mirian. “A liberdade sexual nos deu o direito de falar a verdade, de chegar pro cara e dizer que gosta de uma certa selvageria”, diz. “Eu sou dessa turma, mas fora do quarto esse papo de submissa não cola em mim”. Sexóloga e consultora do programa “Amor e sexo”, Regina Navarro Lins alerta para a diferença entre mulher submissa e mulher sadomasoquista. “Ser submissa no sexo é ser sadomasoquista light”, diz. “O objetivo é excitar o outro, não provocar dor.” (Joaquim Ferreira dos Santos/O Globo)
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