quinta-feira, dezembro 06, 2012

TV alavanca futebol, mas só cinco times ficam com 55% do dinheiro - Colunas de TV


A mudança nas negociações dos direitos de transmissão do futebol na TV está incrementando o faturamento dos clubes, mas também aumenta a concentração da verba da televisão em poucos clubes. Segundo um estudo econômico-financeiro de 16 clubes brasileiros feito pelo Itaú BBA (banco de atacado, investimentos e a tesouraria do grupo Itaú Unibanco), as receitas do futebol nacional cresceram 30% em 2011. Juntos, os 16 times faturaram R$ 1,977 bilhão. "Esse crescimento foi muito baseado no aumento das receitas com direitos de televisão, que a cada ano aumentam sua participação no bolo [de ganhos dos times]", diz o relatório. No ano passado, de cada R$ 100 arrecadados pelos clubes, R$ 36 vieram da TV, principalmente da Globo e de seus canais pagos. Em 2010, eram R$ 30. Na média, a verba da TV é o dobro da segunda maior fonte de receitas dos clubes, os patrocínios, que representaram 18% do "bolo". As receitas com vendas de atletas representaram 15% e as de bilheteria, 13%. Dos quase R$ 2 bilhões que os 16 clubes faturaram em 2011, R$ 720 milhões vieram da TV. Mas nem tudo é perfeito. "Observa-se que há uma concentração de receitas em poucos clubes. Em 2010, os cinco clubes de maior receita tinham 53% do total das verbas. Em 2011, esse número aumentou para 54,7%", aponta o estudo. Assim, Corinthians, Flamengo, São Paulo, Vasco e Santos ficam com mais da metade do dinheiro da TV. O resultado é uma grande disparidade, embora coerente com a tabela de exibição de jogos na TV aberta, que privilegia justamente esses times. Sozinho, o Corinthians arrecadou R$ 109,6 milhões de TV, o equivalente a 15% de toda a verba. Enquanto isso, o Fluminense, campeão brasileiro em 2010, ficou com R$ 28,5 milhões, menos do que o Coritiba (R$ 34,65 milhões). E o Figueirense arrecadou apenas R$ 7,7 milhões da TV. Não por mera coincidência, foi rebaixado neste ano. A concentração tende a aumentar em 2012. Isso porque o novo acordo da Globo com os clubes, de negociação direta, só entrou em vigor neste ano. (Daniel Castro)

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