A Veja divulgou, em sua fan page oficial, a capa da edição especial que chega às bancas nesta sexta-feira, 1° - com conteúdo dedicado à tragédia de Santa Maria (RS). A foto escolhida como destaque mostra uma mulher com os debruçada sobre o caixão de uma das vítimas do incêndio ocorrido na boate Kiss. A imagem, entretanto, é o recorte da que foi publicada pelo jornal
Zero Hora na segunda, 28. A cena foi registrada pelo repórter fotográfico do diário gaúcho, Lauro Alves. Além de Veja e do veículo em que trabalha, o retrato foi adquirido pela Folhapress, agência que presta serviço visual para a Editora Abril – e a quem o site da revista dá os créditos – e pelo Estadão. Na galeria criada com mais de 100 fotos relacionadas à fatalidade, no ar desde tarde de domingo, a Veja.com também reproduz o material do fotógrafo. Sobre a imagem de Lauro Alves, a Veja coloca a chamada “Nunca mais” em letras garrafais. A publicação da Abril cita que a tragédia “não foi uma fatalidade” e clama por um “Brasil novo, onde ninguém mais seja vítima do descaso, da negligência, da corrupção de valores e da impunidade”. A edição especial fala sobre pessoas que morreram tentando salvar colegas e sobre os que ainda estão hospitalizados em decorrência da fumaça tóxica. Na capa, a revista afirma que o incêndio provocou a morte de 235 jovens. Pelo Facebook, internautas alertaram que, infelizmente, o número de vítimas fatais aumentou para 236. No ‘Minuto Veja’, postado na rede social, a publicação destaca os principais assuntos do especial. A semanal mostra detalhes das falhas que causaram o acidente e “traz histórias que indignaram a todos, mas que não deixaram resultados práticos, como casas que desabam nas serras (...) e motoristas embriagados que provocam acidentes fatais”. Ainda com o tema de Santa Maria, o veículo aposta na impunidade. “E quem vai preso? Ninguém”.
Pelo Facebook, leitores da Época escolhem capa
A edição da revista
Época desta semana traz o destaque “Tão jovens, tão rápido, tão absurdo” sobreposto a fotos de mais de 200 vítimas fatais da tragédia da boate Kiss, em Santa Maria (RS). Em sua página no Facebook, a publicação da Editora Globo propôs que os seus “curtidores” votassem entre três opções de capa. A alternativa mais votada foi para as bancas. Com fundo preto, a primeira opção estampa os nomes das vítimas que perderam suas vidas no incêndio. A terceira mostra um globo de discoteca parcialmente visível, encoberto por fumaça - fazendo alusão ao incêndio da casa noturna do interior gaúcho. Até o início da tarde desta sexta-feira, 1º, o post teve 139 curtidas, 23 compartilhamentos e 435 comentários. Os internautas se mostram divididos entre a segunda e a terceira opção proposta pela equipe de arte da Época. Alguns comentários falam sobre a capa escolhida pelos editores, dizendo que se trata de “falta de respeito aos direitos de imagem [dos falecidos]” e ponderando que é uma “exploração da tragédia alheia”. Um dos seguidores da fan page considera que “o título está sensacionalista”. O recurso gráfico de colocar imagens de vítimas na capa já foi usado pela Época em outras ocasiões. Em julho de 2007, por exemplo, a revista foi às bancas em especial sobre o acidente da TAM em São Paulo. Daquela vez, as fotos das vítimas foram publicadas coloridas, e no caso da boate Kiss, a única coloração é o globo azul, que representa a letra “o” do logo da revista. A matéria de capa do especial desta semana é assinada pelos jornalistas Marcos Coronato, Graziele Oliveira, Rafael Ciscati e Filipe Mauro. Intitulado “O futuro roubado dos jovens de Santa Maria”, o texto relembra outros casos de comoção nacional, como o do Gran Circo Americano, de Niterói (RJ) e do Edifício Joelma, na capital paulista. A reportagem aponta que o incêndio da boate Kiss “não foi uma fatalidade”, baseando sua afirmação em investigações policiais, que mostram “erros, ilegalidades e negligência” no ocorrido.
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