domingo, agosto 11, 2013

Estado do Rio registra recorde de menores apreendidos nas ruas

Quando tinha 16 anos, o jovem L. tomou a decisão mais desastrosa de sua vida: entrou para o tráfico da Vila dos Pinheiros, favela do Complexo da Maré, onde nasceu e foi criado. Na cabeça dele, era a única alternativa para escapar das dificuldades de uma vida com pouco estudo, sem dinheiro nem perspectivas. Hoje, depois de duas passagens na polícia por posse de drogas, o rapaz se arrepende do caminho que sua vida tomou. “Tenho vontade de sair, medo de morrer. Queria estudar, ser médico, mas é muito caro e difícil. Cada um tem a vida que Deus dá”, conforma-se. A realidade trágica do adolescente é igual à de milhares que, como ele, vêm engrossando a cada ano as estatísticas de jovens que se envolvem com a criminalidade. Nos primeiros cinco meses de 2013, o estado registrou índice três vezes maior de menores apreendidos no mesmo período dos últimos cinco anos: 2.871, contra 848 no período em 2009, por exemplo, segundo o Instituto de Segurança Pública. Março deste ano teve ápice de apreensões: 711 adolescentes em todo o estado, média de 23 casos por dia. O agravante mais comum entre eles é a falta de amparo familiar e social. Segundo a polícia, a maioria acredita que o tráfico oferece a oportunidade de conquistar o que a vida não proporcionou.

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