domingo, agosto 11, 2013

O segredo das pirâmides

Na semana que passou, a imagem de uma jovem vestida de palhacinho segurando um cartaz durante o protesto de divulgadores da Priples contra a prisão dos donos da empresa chamou a atenção não apenas pelo erro de português, mas também pela mensagem. A peça escrita à mão dizia: “falar que é pirâmide é fácil, difício (sic) é provar”. Pode ser difícil reconhecer o esquema imediatamente, pois ele se aproveita justamente de informações confusas. Mas não é difícil provar que há algo errado num sistema que promete retorno de 60% em um mês sobre o capital investido, desde que o interessado atraia outros. A matemática ajuda nessa conta e mostra que 70% das pessoas, pelo menos, que entram em pirâmides vai com certeza perder dinheiro. Um relatório produzido em 1998 pela Comissão Federal do Comércio (FTC) dos Estados Unidos, organismo do governo norte-americano de proteção ao livre mercado, resume o esquema de pirâmide como um golpe. “Por natureza, o esquema de pirâmide nunca poderá cumprir com suas obrigações diante da maioria dos participantes. Para sobreviver, pirâmides precisam manter e atrair quantos membros for possível”, diz o relatório. Quando quebra, quem fica com a maior parte do dinheiro é o criador do esquema e uma menor parte fica para os divulgadores que entraram antes. Assim como acontece hoje em Pernambuco e no Brasil, seu esquema de ganhos rápidos e vultosos causou histeria, com pessoas vendendo o que tinham para entrar na jogada. Mesmo depois de a empresa sofrer intervenção do governo, muitos investidores reclamaram e apoiavam Ponzi, defendendo-o ferozmente.

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