Queda de cabelo: mulheres não devem usar finasterida

A finasterida, princípio ativo do Propecia, é um medicamento eficaz contra a calvície masculina. Ela é capaz de frear ou retardar a perda de cabelos e, em alguns casos, de reverter parcialmente a calvície. A ação da finasterida se baseia na diminuição das taxas de dihidrotestosterona, hormônio masculino (também presente na mulher) responsável pelo afinamento dos cabelos. Essa ação interrompe o afinamento progressivo dos cabelos, tão característico da calvície. No entanto, a bula do medicamento alerta que ele é indicado exclusivamente para homens e contraindicado para mulheres. De fato, nos homens o uso da finasterida é, há muitos anos, uma das melhores opções de tratamento. Nas mulheres, não é bem assim. A finasterida é teratogênica. Significa que, se a mulher engravidar durante seu uso, o bebê corre risco de malformações. E por isso, em bula, o medicamento é contraindicado para mulheres em idade fértil. Além disso, a finasterida é menos efetiva nas mulheres do que nos homens. E se a mulher já passou da idade fértil? Existem situações onde o médico decide pelo uso de um medicamento, mesmo que tal uso não conste na bula . É o que chamamos de uso off label. E é o caso da finasterida, usada off label no tratamento da calvície feminina. As pacientes são, principalmente, mulheres que já passaram pela menopausa. E a dose costuma ser, no mínimo, o dobro da dose usada nos homens. Nas mulheres em idade fértil o tratamento com finasterida é raro, ainda mais considerando que existem outras possibilidades de tratamento, como o acetato de ciproterona (presente em alguns tipos de pilula anticoncepcional) e a espironolactona. Por Lucia Mandel