sexta-feira, agosto 07, 2015

Mãe aguarda há 8 meses para enterrar corpo do filho em Porto

A auxiliar de serviços gerais Vanes Brito da Silva, de 41 anos, vive um drama que se arrasta há oito meses, em Porto Seguro. Após perder o filho, Mateus Silva da Costa, de 19 anos, em circunstâncias dolorosas, ela aguarda a identificação do material genético para exercer o direito de enterrar o corpo do jovem. Dar ao familiar um enterro digno consta do Direito Funerário Brasileiro. No entanto, após “fazer trilha na delegacia de Porto Seguro, em busca de solução”, a auxiliar de serviços gerais concluiu que “o direito é para os ricos, eu como sou pobre, não tenho dinheiro, não posso enterrar meu filho”, disse entre lágrimas. O garçom Mateus Silva da Costa foi morto no dia 06 de dezembro de 2014 em uma mata, no bairro Mercado do Povo, no Complexo Baianão, em Porto Seguro. No meio da manhã, um homem, pilotando uma motocicleta, atirou uma sacola plástica na Rua Osvaldo Cruz, no bairro do Campinho, contendo a cabeça da vítima. O corpo, em adiantado estado de decomposição, só foi encontrado 36 dias depois, no Bairro Tabapiri. O cadáver estava sem roupas e enrolado em lonas. A mãe reconheceu o filho através de uma peça de roupa. “Apenas uma cueca que meu filho usava”, frisa. Segundo a mãe, a polícia informou que “em 30 dias teria o resultado da identificação do material genético - retirado do fêmur do cadáver encontrado – a fim de ser confrontado com o DNA da cabeça, que foi identificada mas continua no IML”. Passados oito meses, Vanes Brito ainda não teve o direito de enterrar o corpo do filho. Por causa disso ela dorme sob efeito de medicamentos. “É como uma ferida aberta sangrando todos os dias. Eu sei que um corpo sem cabeça está enterrado em um cemitério em Vera Cruz, mas eu não tenho o direito nem de levar flores porque não existe a sepultura do meu filho”, lamenta. Segundo a mulher, que prefere não mostrar o rosto, com receio de ser identificada pelos comparsas dos autores do crime, “são três sofrimentos: a perda do filho, a dor de enterrar seu corpo sem cabeça, e saber que a cabeça está agora congelada aguardando a identificação. Eu quero enterrar o corpo completo do meu filho”, suplicou. De acordo com o delegado Delmar Bittencourt, “o inquérito que apura esta morte foi concluído com a prisão dos executores Uanderson Machados dos Santos, o ‘Cuinha’, e Caíque Raicá Ramos dos Santos. Os dois, de 18 anos, estão no Complexo Prisional de Eunápolis, com prisão preventiva decretada pela justiça”. (Radar64)

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