No próximo dia 31 de agosto, sábado, às 18 horas, o Instituto Nossa Senhora da Piedade celebra Missa Solene em comemoração aos 90 anos de consagração de sua Igreja, um marco precioso do patrimônio histórico e cultural de Ilhéus e da região cacaueira. Além da missa, o evento também prestará homenagem aos benfeitores iniciais da construção do templo. São nove décadas que, no alto da colina, a Igreja da Piedade, em estilo gótico, guarda a cidade e ilumina gerações. “Símbolo monumental da fé ilheense, o templo é um espaço de reflexão e acolhimento onde, desde 1929, a comunidade regional encontra abrigo para suas aflições, harmoniza seus sentimentos e renova suas esperanças”, afirma o professor e jornalista Ramayana Vargens, um dos grandes colaboradores do instituto de ensino acoplado à igreja, famoso em todo mundo em decorrência da obra literária de Jorge Amado. Segundo o professor Ramayana, a construção da Igreja da Piedade foi um marco significativo na evolução urbana de Ilhéus.
A obra, iniciada em dois de fevereiro de 1928, atendeu a uma forte aspiração da sociedade local. “À medida que o perfil da torre e das agulhas góticas se delineava, o povo absorvia aquela silhueta como um sinal profético, que abençoava a cidade em cima de um cume privilegiado. E coroava uma época de transformações e modernização. Ilhéus se mobilizava por uma ponte que ligasse o centro ao Pontal. Iniciava a coleta motorizada de lixo. Melhoravam os serviços de água, luz e esgoto. A Avenida Beira Mar (atual Soares Lopes) era ampliada e diversos logradouros recebiam os beneficiamentos da urbanização. O busto de Castro Alves era inaugurado, em frente ao Grupo Escolar, na orla central. Começava a concretagem das fundações do Cine Teatro. Uma caravana de carros e caminhões, pela primeira vez, atravessava a estrada Ilhéus–Macuco (Buerarema). O governo federal autorizava a abertura da primeira casa bancária no município”, conta. A importância do templo teve o pronto reconhecimento do então governador do estado, Francisco de Góes Calmon, que liberou 50 contos de réis (quantia vultosa na época) para a construção. O chefe do governo municipal, Durval Olivieri, também apoiou a corajosa iniciativa das Irmãs Ursulinas e deu continuidade à colaboração de seu antecessor, Mário Pessoa, que havia iniciado a transformação dos “caminhos de cabras” das rústicas ladeiras da área em ruas bem traçadas, com melhores acessos. A imponência da igreja, desde o início, transformou-se em motivo de orgulho regional. De acordo com o professor Ramayana Vargens, membro da Academia de Letras de Ilhéus, o planejamento para a obra começou em 1927. Nesse ano, monsenhor Clodoaldo Barbosa, capelão do Convento da Soledade, em Salvador, recomendou às irmãs de Ilhéus o mestre construtor Salomão da Silveira, para estudar um projeto encomendado na Europa. Salomão fez modificações fundamentais nas plantas (adaptando o traçado às reais condições do terreno) e assumiu o comando da empreitada. No dia 31 de agosto de 1929, o bispo Dom Manuel Antônio de Paiva, apesar da saúde abalada, e às vésperas de deixar a diocese, fez questão de celebrar o ato de consagração do templo. A população da cidade invadiu a colina e a festa inaugural entrou para a história como um dos eventos mais bonitos e emocionantes nos tempos áureos do cacau. Em artigo sobre o evento, Vargens pontua: “Assim, começa uma longa etapa de realizações marcantes na vida da sociedade regional tendo como palco o espaço sublime do santuário da Piedade. São 90 anos de bênçãos, preces, lágrimas, sorrisos e emoções que marcam momentos inesquecíveis da história de Ilhéus. Missas comoventes, novenas fervorosas, celebrações edificantes, casamentos suntuosos, formaturas garbosas, cerimônias cívicas e – principalmente – a magnífica energia transformadora da religiosidade de gente simples do povo. Que Nossa Senhora da Piedade continue abençoando a cidade e seus filhos. E que o milagre de Sua Majestosa Presença nos proteja – sempre – contra os males e perigos que nos cercam, com frequência cada vez maior. Amém!”
A obra, iniciada em dois de fevereiro de 1928, atendeu a uma forte aspiração da sociedade local. “À medida que o perfil da torre e das agulhas góticas se delineava, o povo absorvia aquela silhueta como um sinal profético, que abençoava a cidade em cima de um cume privilegiado. E coroava uma época de transformações e modernização. Ilhéus se mobilizava por uma ponte que ligasse o centro ao Pontal. Iniciava a coleta motorizada de lixo. Melhoravam os serviços de água, luz e esgoto. A Avenida Beira Mar (atual Soares Lopes) era ampliada e diversos logradouros recebiam os beneficiamentos da urbanização. O busto de Castro Alves era inaugurado, em frente ao Grupo Escolar, na orla central. Começava a concretagem das fundações do Cine Teatro. Uma caravana de carros e caminhões, pela primeira vez, atravessava a estrada Ilhéus–Macuco (Buerarema). O governo federal autorizava a abertura da primeira casa bancária no município”, conta. A importância do templo teve o pronto reconhecimento do então governador do estado, Francisco de Góes Calmon, que liberou 50 contos de réis (quantia vultosa na época) para a construção. O chefe do governo municipal, Durval Olivieri, também apoiou a corajosa iniciativa das Irmãs Ursulinas e deu continuidade à colaboração de seu antecessor, Mário Pessoa, que havia iniciado a transformação dos “caminhos de cabras” das rústicas ladeiras da área em ruas bem traçadas, com melhores acessos. A imponência da igreja, desde o início, transformou-se em motivo de orgulho regional. De acordo com o professor Ramayana Vargens, membro da Academia de Letras de Ilhéus, o planejamento para a obra começou em 1927. Nesse ano, monsenhor Clodoaldo Barbosa, capelão do Convento da Soledade, em Salvador, recomendou às irmãs de Ilhéus o mestre construtor Salomão da Silveira, para estudar um projeto encomendado na Europa. Salomão fez modificações fundamentais nas plantas (adaptando o traçado às reais condições do terreno) e assumiu o comando da empreitada. No dia 31 de agosto de 1929, o bispo Dom Manuel Antônio de Paiva, apesar da saúde abalada, e às vésperas de deixar a diocese, fez questão de celebrar o ato de consagração do templo. A população da cidade invadiu a colina e a festa inaugural entrou para a história como um dos eventos mais bonitos e emocionantes nos tempos áureos do cacau. Em artigo sobre o evento, Vargens pontua: “Assim, começa uma longa etapa de realizações marcantes na vida da sociedade regional tendo como palco o espaço sublime do santuário da Piedade. São 90 anos de bênçãos, preces, lágrimas, sorrisos e emoções que marcam momentos inesquecíveis da história de Ilhéus. Missas comoventes, novenas fervorosas, celebrações edificantes, casamentos suntuosos, formaturas garbosas, cerimônias cívicas e – principalmente – a magnífica energia transformadora da religiosidade de gente simples do povo. Que Nossa Senhora da Piedade continue abençoando a cidade e seus filhos. E que o milagre de Sua Majestosa Presença nos proteja – sempre – contra os males e perigos que nos cercam, com frequência cada vez maior. Amém!”
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