A relatora da ONU para o Direito dos Povos Indígenas, Victoria Tauli-Corpuz, condenou o assassinato do líder indígena Paulo Paulino Guajajara, ocorrido neste sábado (2). O integrante do grupo “Guardiões da Floresta” teria sofrido uma emboscada de madeireiros na Terra Indígena Arariboia, na região de Bom Jesus das Selvas, no Maranhão. “Condeno nos termos mais fortes essa morte e apelo ao governo a levar os autores dos crimes à Justiça”, disse a relatora, em declarações ao jornalista Jamil Chade, do UOL. Tauli-Corpuz, que já afirmou que o Brasil é um dos países mais violentos contra indígenas e defensores de direitos humanos, tem emitido uma série de alerta sobre a situação dos povos indígenas no País nos últimos meses, cobrando demarcações de terras. A alta comissária de Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, também denunciou os ataques contra indígenas, o que deixou o governo irritado. Em junho, Tauli-Corpuz ainda enviou uma carta sigilosa ao governo brasileiro cobrando proteção a um dos principais líderes indígenas brasileiros, Rosivaldo Ferreira da Silva, o cacique Babau – ele é o líder na Terra Indígena Tupinambá, situada entre Ilhéus, Una e Buerarema, local onde mais de 4.600 indígenas estariam vivendo. A relatora, na carta, também apontou para os problemas relacionados com a falta de demarcação das terras indígenas. “O processo de demarcação da terra tupinambá tem ocorrido por 15 anos, mas ainda não foi finalizado”, disse. “Desde 2016, a demarcação parou no Ministério da Justiça, esperando por um decreto final”, explicou. “Nos últimos anos, dada à falta de progresso na demarcação, o conflito escalou, e várias mortes, assédios, intimidações e ameaças ocorreram contra os povos indígenas”, concluiu. Para ela, a aproteção de líderes indígenas é uma obrigação do Estado.
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