O ator Chadwick Boseman, estrela de "Pantera Negra", morreu nesta sexta-feira, aos 42 anos, após uma batalha de quatro anos contra o câncer de cólon. A informação foi confirmada em seu perfil oficial nas redes sociais. Visto pela última vez no filme "Destacamento Blood", de Spike Lee (lançado em junho na Netflix), Boseman foi diagnosticado com o estágio 3 da doença em 2016. Um comunicado em suas redes sociais lamentou a morte e relembrou sua participação em vários filmes. A nota diz ainda que ele morreu em casa, com a mulher e a família ao lado. "Um verdadeiro lutador, Chadwick perserverou por tudo, e trouxe a vocês muitos dos filmes que tantos amam. De 'Marshall: Igualdade e Justiça' a 'Destacamento Blood', 'Ma Rainey's Black Bottom' de August Wilson e muitos mais, todos foram gravados durante e entre incontáveis cirurgias e sessões de quimioterapia. Foi a honra de sua carreira trazer à vida o rei T'Challa em 'Pantera Negra'." O filme que consagrou o ator estreou em fevereiro de 2018 no Brasil e arrecadou R$ 30 milhões só no fim de semana de estreia. Chadwick Boseman estava escalado para a continuação de "Pantera Negra", cujas filmagens ainda não haviam começado, mas já tinha estreia prevista para 6 de maio de 2022, também com direção de Ryan Coogler. Mais do que um blockbuster — o longa se tornou a maior bilheteria de um filme de super-herói nos EUA e arrecadou US$ 1,344 bilhão pelo mundo —, "Pantera Negra" virou um símbolo de representatividade nas telas, com seu elenco e equipe quase inteiramente negros, liderados por um herói negro, num cenário e trama que fogem aos estereótipos.
Ambientado na fictícia Wakanda, o filme mostra uma sociedade altamente tecnológica mas também ligada às tradições africanas. E, diferentemente de produções recentes de protagonismo negro, como “12 anos de escravidão” (2013), de Steve McQueen, e “Nascimento de uma nação” (2016), de Nate Parker, passa longe das usuais histórias de opressão social. Os personagens são guerreiros, reis e rainhas, gênios da tecnologia, diplomatas. Em 2019, Boseman esteve em "Crime sem saída" e "Vingadores: Ultimato". No ano anterior, fez "Pantera Negra" e "Vingadores: Guerra infinita". Em 2017, "Marshall: Igualdade e Justiça". Já em 2016, ano do diagnóstico, ele apareceu na tela em "Capitão América: Guerra Civil", "King: Uma história de vingança" e "Deuses do Egito". Em abril, um vídeo publicado em suas redes sociais chamou atenção dos fãs para a gritante perda de peso. A intenção do ator era divulgar a Operação 42, iniciativa para ajudar os hospitais que atendem comunidades negras durante a pandemia do novo coronavírus. O nome é inspirado no filme “42” (2013), em que ele interpreta Jackie Robinson, primeiro jogador de beisebol negro a participar da liga profissional. Em junho, foram divulgadas fotos em que o ator aparecia entrando em cadeira de rodas num hospital. Boseman frequentou a Howard University, instituição de Wahington D.C. fundada em 1867 e voltada a estudantes negros. A universidade postou uma homenagem ao ator, que se formou em Belas Artes com especialização em Direção: "É com profunda tristeza que lamentamos a perda do ex-aluno Chadwick Boseman, que faleceu esta noite. Seu talento incrível viverá para sempre através de seus personagens e através de sua própria jornada pessoal de estudante a super-herói". O roteirista e diretor Jordan Peele reagiu à notícia com uma frase curta no Twitter: "É um golpe devastador". A senadora e candidata democrata a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, postou uma foto abraçada com o ator, dizendo: "Ele nos deixou muito cedo, mas fez a diferença". O ator Lázaro Ramos postou em sua conta no Instagram um texto em homenagem ao colega: "Ele se tornou o rosto de um mundo ideal. O rosto do sonho por uma Wakanda. Queriamos morar lá e sermos liderados por ele. "O lider voltou há pouco tempo agora num filme de Spike Lee, '5 bloods', e também cheio de falas inspiradoras. "@chadwickboseman que Wakanda te receba de braços abertos. Obrigado por ser nosso Pantera Negra. Obrigado por nos ajudar a sonhar mais um pouco e por sermos um pouco mais orgulhosos de quem somos. Obrigado, continuaremos por aqui a gritar Wakanda Forever e seu rosto estará junto e continuarei aqui querendo ser o T'challa."
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