O empresário Carlos Wizard informou à CPI da Covid, durante sessão nesta quarta-feira (30), que ficará em silêncio ao longo de seu depoimento à comissão. A postura se baseia, segundo ele, em autorização concedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso. Wizard fez uma apresentação inicial ao colegiado, na qual falou de sua trajetória e negou a existência de um gabinete paralelo de aconselhamento ao presidente Jair Bolsonaro no enfrentamento da pandemia. Em seguida, quando começariam as perguntas do relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), Wizard afirmou que não responderia qualquer pergunta. A posição foi reforçada pelo advogado do empresário, Alberto Toron. Carlos Wizard é apontado como um dos principais membros do chamado gabinete paralelo, grupo de pessoas influentes junto ao governo Jair Bolsonaro, contrárias ao isolamento social e defensoras de medidas sabidamente ineficazes contra a Covid. Após o anúncio de que ficaria em silêncio, senadores disseram que, mesmo nesse caso, fariam todas as perguntas que estavam programadas. Por isso, a sessão prosseguiu. "É fato que o depoente tem o direito de permanecer calado, mas poderá e deverá ouvir as perguntas. E assim será feito", afirmou o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE). No último dia 16, o ministro Luís Roberto Barroso concedeu a Carlos Wizard o direito de ficar em silêncio e não produzir provas contra si no depoimento à CPI. Naquele momento, a oitiva estava prevista para o dia seguinte, 17 de junho – mas Wizard não compareceu, e informou ao colegiado que estava nos Estados Unidos. Em seguida, advogados do empresário entraram em contato com a comissão e agendaram nova data. Ao analisar o pedido da defesa de Carlos Wizard, Barroso decidiu: A CPI deve dispensar Wizard de responder sobre fatos que 'impliquem autoincriminação'; A CPI não pode adotar medidas restritivas de direitos ou privativas de liberdade; A CPI deve conceder ao empresário "tratamento próprio à condição de investigado"; Wizard não precisa assinar termo de compromisso na condição de testemunha; Wizard pode ser acompanhado por advogado e manter 'comunicação reservada' com a defesa.
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