A Justiça Federal de Minas Gerais condenou o publicitário Marcos Valério por prestação de informações falsas ao Banco Central.O delito está previsto em uma lei de 1986 que trata dos crimes financeiros. Também foi condenado o ex-sócio de Valério Cristiano Paz.
Segundo a sentença, eles deram declarações falsas em 1999 sobre as operações e a situação financeira da agência SMPB no Banco Rural.
Os dois alteraram o capital da empresa de R$ 150 mil para R$ 4,5 milhões. A alteração fez com que Valério e o sócio conseguissem justificar depósitos irregulares na conta e não levantar suspeita do BC.
A mudança, segundo o juiz Leonardo Augusto de Almeida Aguiar, da 4ª Vara Federal de MG, ajudou a encobrir irregularidades na empresa de 1999 a 2005, reveladas no escândalo do mensalão.
"[As informações falsas permitiram os] operadores que atuassem com grande liberdade e fora do foco de qualquer investigação", afirmou o juiz. A decisão é de 1º de setembro e foi divulgada semana passada.
A pena para Valério foi de seis anos e dois meses de prisão. Para o sócio, de quatro anos e oito meses. Eles poderão responder em liberdade.
Os dois também são réus na ação do mensalão no Supremo Tribunal Federal.
As defesas já recorreram ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Para o advogado de Valério, Marcelo Leonardo, o crime só poderia ser cometido por dirigentes de bancos.
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