sábado, setembro 12, 2015

STF frustra defensores da descriminalização das drogas

Os votos proferidos até agora no STF (Supremo Tribunal Federal) frustraram defensores da descriminalização das drogas. Apesar da sinalização de que o porte de maconha para consumo pessoal pode ser liberado, são poucas as chances de a medida ser estendida para todas as drogas, como se esperava inicialmente. "Estamos discutindo o direito de a pessoa consumir o que quiser na esfera privada, um ato que não atinge a esfera penal. Restringir esse direito apenas à maconha não faz sentido", diz o advogado Augusto de Arruda Botelho, que representa o IDDD (Instituto de Defesa do Direito de Defesa) na causa. "No que se refere à intimidade, o que vale para a maconha deveria valer para qualquer droga", diz o advogado Pierpaolo Bottini, da ONG Viva Rio. Bottini diz que "a descriminalização da maconha é um passo, mas pequeno se compararmos com o que ocorreu em inúmeros outros países". Ele cita o voto do relator do caso, ministro Gilmar Mendes, que é a favor da descriminalização de todas as drogas e elencou os países em que isso já ocorre. Na Colômbia as pessoas podem carregar até 20g de maconha, 5g de haxixe e 1g de cocaína para consumo pessoal; no Equador, 10g de maconha e 2g de pasta de cocaína, o mesmo que no Paraguai. No Peru, elas têm que se submeter a tratamento compulsório, mas não é crime portar até 8g e maconha, 5g de pasta de cocaína e 250g de ecstasy. Gilmar Mendes cita ainda outros países que descriminalizaram várias drogas, como Alemanha, Espanha, Holanda, Itália, Portugal e RepúblicaTcheca. (Mõnica Bergamo)

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