quarta-feira, junho 17, 2020

"Estão abusando', diz Bolsonaro após ação do STF

Após afirmar ontem que tomará "medidas legais" para proteger a Constituição, o presidente Jair Bolsonaro voltou a dizer nesta quarta-feira, 17, que considera ter havido "abusos" na ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) para quebrar o sigilo bancário de dez deputados e um senador aliado ao seu governo. Ele afirmou que está "fazendo o que deve ser feito" e que "não será o primeiro a chutar o pau da barraca", em resposta a uma apoiadora que o pediu ajuda para reagir às investigações no STF que apuram o financiamento de atos antidemocráticos e ataques a ministros da Corte no Palácio da Alvorada. Bolsonaro acrescentou que em breve tudo será colocado "no seu devido lugar".
"Tem gente que nasceu 40 anos depois do que eu vivi e quer dizer como eu devo governar o Brasil. Estou fazendo exatamente o que tem que ser feito. Eu não vou ser o primeiro a chutar o pau da barraca. Eles estão abusando, isso está a olhos vistos. O ocorrido no dia de ontem, quebrar sigilo de parlamentar, não tem história vista numa democracia por mais frágil que seja. Está chegando a hora de colocar tudo em seu devido lugar", disse na saída do Palácio da Alvorada. Bolsonaro afirmou ainda que todos, sem exceção, devem entender o que é democracia. "Não devo nada a ninguém do que estou fazendo. Está chegado a hora de acertarmos o Brasil no rumo da prosperidade e todos entenderem o que é democracia. Democracia não é o que eu quero, nem você, nem o que um poder quer, o que outro poder quer. Está chegando a hora, fique tranquila", declarou. Embora não tenha citado diretamente a quem se referia, Bolsonaro tem feito declarações com ameaças a outros poderes por entender que há uma tentativa de fragilizá-lo, com decisões do Supremo Tribunal Federal e do Congresso que, na sua visão, invadem as atribuições do Executivo. Ele chegou a afirmar, há algumas semanas, que poderia não cumprir ordens judiciais. A declaração de Bolsonaro nesta quarta aconteceu após o relato de uma apoiadora."Três amigos nossos foram presos ontem sem fazer nada, não temos um estilingue para se defender. Não pedimos intervenção", disse a mulher ao presidente. Em resposta, Bolsonaro disse que o "estilingue" é uma ação, mas não pensamentos e palavras. "Terrorismo não é o que alguns estão achando por aí. Terrorismo é meter carro bomba em guarita do Exército", disse o presidente. Na terça, o presidente só se pronunciou sobre as ações autorizadas pelo STF à noite. Após pressão de apoiadores, ele foi ao Twitter e falou em "abusos" e disse que tomará todas as medidas legais para proteger a Constituição porque não pode “fingir naturalidade" diante do que está acontecendo. “Luto para fazer a minha parte, mas não posso assistir calado enquanto direitos são violados e ideias são perseguidas”, escreveu o presidente nas redes sociais. “Por isso, tomarei todas as medidas legais possíveis para proteger a Constituição e a liberdade dos brasileiros”. O presidente havia orientado pessoas próximas a evitar manifestações públicas sobre a Operação Lume da Polícia Federal. Antes das postagens, auxiliares de Bolsonaro diziam que o seu silêncio era um inequívoco sinal de que o governo estava disposto a baixar a temperatura da crise. A trégua envolveria até mesmo a demissão do ministro da Educação, Abraham Weintraub, que chamou ministros do Supremo de "vagabundos" em duas ocasiões.

Um comentário:

Anônimo disse...

No meu ver Bolsonaro não é santo, tá mais que provado, mas o STF não agia assim nos governos FHC, Lula, Dilma e Temer pelo menos que eu me lembre, porque todos esses agiam conforme a música. Aí Bozo não gosta deles, eles apertam o cara e seus apoiadores desvairados. Tá tudo errado, Bolsonaro tinha que governar o país direito e STF só agir de maneira prudente na hora certa, aí eles estão agindo por birra, eles são alguns intocáveis? Claro que temos o nosso direito pra criticar esses juízes de Toga, com educação, mas eles não são flor que se cheire, 99% deles. Eles desrespeitam também, pois um ministro disse que Bolsonaro é Fascista, e aí? Ambos desrespeitam. Estamos num barco a deriva