quarta-feira, novembro 11, 2020

Secretário do Mapa e diretor da Ceplac vêm ao sul da Bahia

O secretário de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação do Ministério da Agricultura inicia nesta quarta-feira, dia 11, uma visita de três dias ao sul da Bahia. Fernando Silveira Camargo virá à região, acompanhado do diretor geral da Ceplac, Waldeck Pinto, conhecer empresas agrícolas e fábricas de chocolate privadas, dentre outras pertencentemente ao empresário Guilherme Leal. Da agenda, as lideranças rurais e políticas não foram convidadas. Em dos donos da Natura, Guilherme Leal é proprietário do Chocolate Dengo e de fazendas de cacau no sul da Bahia. “Não é de agora que Guilherme Leal vem se envolvendo em pautas importantes na região, como o Porto Sul. Ele foi um dos suposto fomentadores de várias ações que atrasaram as obras desse importante empreendimento, dessa vez se infiltrando nas instituições e monopolizando os temas do cacau, afirmou Erlon Botelho, do Instituto Chocolate. Enquanto isso, até o momento o sul da Bahia não recebeu a visita da ministra Tereza Cristina e o Ministério da Agricultura parece não estar preocupando em escutar os anseios do cacau na voz de quem convive com os problemas – os legítimos produtores de cacau. O Mapa, ao que parece, não está nem aí para a Ceplac, para as questões do cacau nem para o crescente endividamento dos cacauicultores baianos. No Brasil, são setenta mil produtores de cacau refém de um grupo que blindou a ministra Teresa Cristina, colocando-a em uma situação vulnerável diante da problemática do agronegócio cacau brasileiro. Vulnerável no sentido de que se doenças como a monília chegar ao país, esses tirarão o corpo fora e o prejuízo ao Tesouro Nacional será de bilhões. Estranhamente, Tereza Cristina vem ignorando as solicitações feitas pelo Senado, por prefeitos representados pela Amurc e pelos consórcios de municípios que encaminharam projetos e convites para que visite o sul da Bahia. A ministra também não atendeu pleitos de parlamentares como Elmar Nascimento, não ouviu os extensionistas e pesquisadores da Ceplac e, ainda, não ouviu os cacauicultores endividados. Produtores de cacau da região temem a desarticulação do programa de assistência técnica, substituído oficialmente pela assistência feita por Sindicatos Rurais e o Senar, sob a orientação da CNA-Confederação Nacional da Agricultura. O alerta foi feito por técnicos e políticos – inclusive em audiências públicas no Senado – para as prováveis perdas econômicas para Brasil, com o cacau sem assistência técnica. Por meio da Ceplac, o cacauicultor dispõe de um acervo de experiência de extensão e pesquisa de mais de sessenta anos. O prefeito de Jussari e diretor da Amurc-Associação dos Municípios do Sul, Extremo-sul e Sudoeste da Bahia, Antonio Valete, e o técnico Orlando Filho, servidor da Ceplac, anunciaram que vão enviar ofício à ministra, reiterando a necessidade da democratizar a discussão dos problemas do agronegócio cacau, ouvindo a comunidade cientifica, as bancadas parlamentares e os cacauicultores. Orlando Filho, que é ex-prefeito de Buerarema, afirma que vai levar a pauta ao presidente Jair Bolsonaro. Segundo Orlando, “estão desconhecendo que a Ceplac é uma política de Estado e não de Governo. Cabe aí até uma judicialização da questão, caso eles não parem com os ataques a Ceplac. Ignoram o projeto de lei que altera a lei nº 13.710, de 24 de agosto de 2018 – que institui a Política Nacional de Incentivo à Produção de Cacau de Qualidade – aprovada por Comissão em decisão terminativa no Senado e encaminhada à Câmara dos Deputados para votação”.

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