segunda-feira, novembro 24, 2008

TV contribuiu para atividade sexual precoce, diz estudo

NOVA YORK - Excesso de TV, baixa auto-estima, notas baixas e relações familiares frágeis podem ser a fórmula que leva à atividade sexual precoce, segundo um novo estudo.

"Se você somar todos os fatores, provavelmente terá um indicador muito mais poderoso sobre quem faz sexo e quem não faz", disse Janet Hyde, da Universidade de Wisconsin, coordenadora do estudo.

"Uma coisa por si só provavelmente não provoca isso, mas quando há dois ou três fatores de risco, as coisas começam a ir ladeira abaixo", disse ela.

Hyde e seu grupo estudaram 273 adolescentes de 13 a 15 anos. Cerca de 15 por cento haviam tido atividades sexuais, e são muito mais propensos a não se protegerem contra a gravidez e doenças, segundo Hyde, cujo artigo foi publicado na revista Journal of Youth and Adolescence.

Quanto à TV, os pesquisadores disseram que sua programação retrata adolescentes e adultos muito mais sexualizados do que na realidade, e raramente retrata as consequências negativas do sexo. "Os teóricos da comunicação dizem que, quando assistimos muito material assim, passamos a acreditar que essa é a realidade. Nesse caso, a garotada que assiste muita TV acredita que todos os garotos e garotas estão fazendo sexo, então tem de fazer isso também, ou serão os esquisitos", afirmou Hyde.

Mas esse não é o único fator. Meninas menores de 15 anos sexualmente ativas em geral têm baixa auto-estima, relações ruins com seus pais, vivem com uma mãe solteira ou madrasta/padrasto, demonstram sinais de déficit de atenção ou hiperatividade, têm notas ruins e assistem televisão em excesso.

Os meninos com atividade sexual em geral têm puberdade precoce, auto-estima reduzida, sintomas de déficit de atenção e hiperatividade, relações ruins com os pais e assistem TV em excesso.

Os pesquisadores disseram que pais, educadores e psicólogos têm um papel a desempenhar no combate a esses fatores de risco, e defenderam também programas mais eficazes de educação sexual.

"Se tivermos uma educação sexual abrangente para que a garotada possa realmente tomar escolhas bem-informadas e se proteger, será uma estratégia muito melhor", disse Hyde.

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