Os livros que até pouco tempo eram estranhos agora são lidos com atenção. A matemática, a Geografia e até a arte ganharam espaço. Na sala de aula que fica na Penitenciária Lemos Brito presos condenados aprendem a ler e escrever e completam os estudos até a oitava série. O programa Escola Penitenciária usa o modelo da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e tenta resgatar a dignidade e a autoestima de quem cumpre pena no estado.
Ao todo 632 presos de seis unidades prisionais estão matriculados. As escolas são mantidas por meio de parceria entre a Secretaria de Justiça e de Educação. “Muitos que estão aqui eram analfabetos e vão sair escrevendo, pra mim foi um privilégio” diz o detento Valnei Sacramento, 37 anos e que há 13 cumpre pena por latrocínio.
Para facilitar a aprendizagem o ensino é baseado no sociointeracionismo que vê a educação como um processo interdisciplinar. “Nós trabalhamos um texto, se surge uma palavra desconhecida vamos ao dicionário e trabalhamos o Português. Surge um dado numérico, entramos pela matemática, fala-se de uma cidade, uma região, entramos na Geografia”, explica a professora Edna Porto.
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