Faleceu neste domingo em Brasília o alagoano Oséas Cardoso, que foi três vezes deputado estadual e duas vezes deputado federal, sempre com votações muito expressivas. Nascido em Viçosa, como Teotônio Vilela, Oséas Cardoso foi prefeito de Piranhas, cidade localizada às margens do rio São Francisco. Dotado de uma coragem pessoal que o transformou em mito em seu Estado, ele esteve presente ao célebre tiroteio ocorrido na Assembleia Legislativa de Alagoas, nos anos 1950, quando os deputados estaduais se reuniram para votar o impeachment do então governador Muniz Falcão. Seus pais foram assassinados, segundo consta, a mando do político Campos Teixeira, candidato ao governo apoiado pelo então governador Silvestre Péricles, integrante da oligarquia da família Góis Monteiro. Oséas não recorreu a pistoleiros: ele mesmo vingou a morte dos pais, matando Campos Teixeira a tiros. Durante o regime militar teve seu mandato cassado e os direitos políticos suspensos por dez anos. Após abandonar a vida pública, radicou-se em Brasília, mas jamais se desvinculou de Alagoas e se dedicou a escrever suas memórias. Batizou sua casa no Lago Sul, em Brasília, de "Mansão Pajuçara", em homenagem à mais famosa praia de Maceió e uma das mais belas do Brasil.
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