Pagar juros por atraso em contas de luz, telefone, fatura de cartões de crédito, dentre outras obrigações, tem sido a rotina da população de Ubatã (a 374 km ao sul de Salvador). O produtor rural Valdemir Líger, por exemplo, afirma que só recebe as correspondências com pelo menos 15 dias de atraso. Por isso não escapa de juros e multas. “Ninguém acredita que o atraso é dos Correios”, diz.
O produtor afirma que em alguns negócios vem tendo prejuízos. Recorrer à internet seria uma saída, mas Líger diz não ter muita prática com computadores, além de não dispor de tempo para acessar o site das empresas com as quais tem débito antes do vencimento, pois viaja muito. “Cheguei a colocar uma caixa receptora no portão de minha casa, mas os carteiros continuam jogando a correspondência no chão. Quando chove, danifica tudo”, relata.
O comerciário Moisés Santiago, por exemplo, afirma que esperou dois meses para receber um cartão de crédito. “Liguei para a administradora e me disseram para eu ir à agência dos Correios, porque o cartão havia sido enviado há muito tempo”, diz.
Para o aposentado Antônio de Jesus Brito, o mais difícil é pagar as contas de telefone. “A do fixo, consigo quitar na lotérica, mas a do celular é sempre um problema”, queixa-se. Dentre os comerciantes, há várias queixas sobre a relação entre atrasos dos Correios e prejuízos.
“Nós trabalhamos com anúncios em encartes que trazem as ofertas de material de construção. Quando o público recebe o material e chega à loja, o prazo da promoção já acabou”, conta o gerente de uma loja de material de construção, Maurino Martins.
Já Amado Costa, gerente comercial de um estabelecimento especializado em equipamentos sonoros, disse que cansou de receber boletos e contas de telefone atrasados.
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