quinta-feira, agosto 20, 2009
Falta controle de armas no Estado
A incompatibilidade nas estatísticas dos órgãos de segurança que atuam na Bahia mostra que não há um controle rigoroso de armas no Estado. O Sistema Nacional de Armas (Sinarm), que devia centralizar os dados desse tipo de equipamento apreendido, traz apenas 12 registros em 2008, sendo que a Polícia Civil (PC) catalogou 5.164 armas retiradas das ruas no mesmo ano. Ainda no mesmo período, o Exército brasileiro na Bahia destruiu 2.974 armas, sendo que apenas 364 foram repassadas pela PC. Ou seja, um conjunto de números que não batem, dificultando a criação de estratégias de segurança pública e, pior, dando margem à possibilidade de desvio de armas no processo.
Em tese, a diferença entre as armas apreendidas pela PC em 2008 e as recebidas pelo Exército para destruição naquele ano (4.800 armas) está sendo usada como prova em inquéritos policiais e processos judiciais. Entretanto, o Departamento de Produtos Controlados da Polícia Civil não tem o número de armas que já deixaram de ser objeto de investigação.
Na próxima semana, a Caravana Comunidade Segura chega pela sexta vez a Salvador com o objetivo de mobilizar sociedade e governo para o controle efetivo de armas. Até o momento, as ações do movimento não trouxeram resultados práticos à cidade. Formada por mais de 70 organizações da Rede Desarma Brasil, a caravana defende que existe relação direta entre o controle de armas e a redução da violência. Números do Centro de Documentação e Estatística da Polícia Civil da Bahia (Cepep) mostram que, em 2008, 90,2% dos homicídios cometidos no Estado foram realizados com arma de fogo.
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