Os líderes Arthur Virgílio (PSDB) e Renan Calheiros (PMDB) voltaram a se estranhar no plenário do Senado.
Deu-se na sessão vespertina desta quarta (16). Coube a Virgílio, de novo, convidar Renan para o tatame. Foi o 2º round de peleja iniciada na véspera.
Na origem, Virgílio cobrara de Renan explicações sobre um assessor que ele mandara estudar inglês na Austrália. Às expensas da Viúva. Pow!
Em resposta, Renan dissera a Virgílio que ficasse tranquilo. Já aceitara as explicações do rival quanto ao assessor mandado à Espanha para estudar teatro. Sock!
Como Virgílio insistisse, Renan valeu-se de tática comum no Senado: sempre que a Viúva grita “pega ladrão”, aponta-se o dedo para a cadeira ao lado.
Renan dissera que havia no Senado coisa mais grave: preso, o assessor de um senador continuara recebendo salários. Cana relativamente longeva: dois anos.
O líder pemedebê contara o milagre, mas não declinara o nome do santo. Daí as novas bicadas do líder tucano.
Virgílio cobrou de Renan a divulgação do nome do benfeitor do presidiário. Disse que o silêncio equivalia à prevaricação. Zap!
E Renan: “Não fique preocupado [...]. Meu PMDB já recomendou sua absolvição. O Conselho de Ética também. Não vou entrar nessa discussão”. Crash!
“Não pense que lhe agradeço”, Virgílio reagiu. E voltando-se para José Sarney, que presida a sessão, cobrou providências.
Sarney alegou desconhecer o malfeito. Disse que, se informado, adotaria “as devidas providências”.
"Aqui a melhor coisa é não saber de nada”, Virgílio jabeou. “Aqui é a República do eu não sei. Isso não leva o Senado a recuperação moral".
Pois bem. No início da noite, já circulava pelos corredores do Senado o nome do suposto chefe do preso: Marco Maciel (DEM-PE). Surpresa, espanto, estupefação!
Dono de biografia asseada, Maciel singrara o mar de lama do Senado incólume. Mas sua assessoria confirmou que o preso estava mesmo lotado no gabinete dele.
Segundo a repórter Claudia Andrade, do UOL, a chefia de gabinete de Maciel marcou para esta quinta (17) uma entrevista em que serão providas as explicações.
Antecipou-se que, à época do episódio infausto, abrira-se um processo administrativo. Os responsáveis pelo inaceitável já estariam ressarcindo a Viúva.
De concreto, por ora, tem-se o seguinte: Virgílio socou. Renan esquivou-se. E sobrou para Maciel, um sparing tão involutário quanto insuspeitado.
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