A emissora mexicana de TV Televisa informou que o repórter Alberto Cardona e o cinegrafista Rony Sánchez foram agredidos nesta segunda-feira por policiais hondurenhos em Tegucigalpa.
De acordo com a rede mexicana, o ataque contra seus enviados especiais a Honduras aconteceu nas primeiras horas do dia, quando a equipe de reportagem se dirigia à emissora hondurenha oposicionista Rádio Globo, que foi fechada pelo governo interino em meio a um endurecimento das medidas do governo, que decretou estado de exceção e fechou ainda uma TV que defendia o presidente deposto, Manuel Zelaya. Segundo o governo, as duas emissoras serviam de instrumento para Zelaya, abrigado há uma semana na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, incitar a insurreição popular.
Agentes da polícia que não foram identificados desferiram golpes de cassetetes e deram pontapés nos colaboradores da TV mexicana. Além disso, os oficiais tiraram câmera, dinheiro e passaporte dos repórteres.
"Foram emboscados por dois agentes, que exigiam que entregassem o material que tinha sido gravado durante o fechamento da emissora", informou a Televisa, acrescentando que Cardona e Sánchez, apesar de terem sido atingidos nos membros e no estômago, não sofreram graves ferimentos.
A Televisa rejeitou a possibilidade de ter havido "uma confusão", já que "ficou evidente que os policiais foram diretamente contra os repórteres". Além da Radio Globo, também foi fechada a TV hondurenha Canal 36.
As ordens foram dadas pelo regime de interino do país, liderado por Roberto Micheletti, que publicou um decreto instituindo o estado de exceção por 45 dias. De acordo com a imprensa local, a medida foi aprovada na última terça-feira (22), um dia depois de o presidente deposto ao país e ser abrigado na embaixada brasileira.
O Comitê para a Proteção dos Jornalistas, uma ONG sediada em Nova York, fundada por correspondentes internacionais, criticou nesta segunda-feira o fechamento de emissoras.
"Os cidadãos de Honduras têm o direito de ser informados adequadamente sobre o que está acontecendo no país neste momento tão delicado", disse Carlos Lauria, coordenador do programa para as Américas do CPJ.
"Pedimos ao governo interino para afastar as restrições à imprensa, reabrir imediatamente os veículos suspensos e respeitar o direito dos jornalistas de informar livremente", disse Lauria por meio de um comunicado.
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