sexta-feira, outubro 30, 2009

Procura por serviços de Oncologia ainda é pequena na Santa Casa


Diferentemente do que acontece com boa parte dos serviços médicos, que geralmente registram uma demanda de pacientes maior que a capacidade de atendimento, os procedimentos adotados no tratamento de câncer na Santa Casa de Itabuna ainda apresentam ociosidade, ou seja, há mais oferta do que procura. A revelação desse dado foi feita na quinta-feira (29) pelo diretor-técnico da instituição, o médico Lincoln Warley Ferreira, durante reunião-almoço do Grupo de Ação Comunitária (GAC).
Juntas, as unidades de Oncologia em funcionamento nos três hospitais (Calixto Midlej Filho, Manoel Novaes e São Lucas) administrados pela Santa Casa têm condições de atender adequadamente até duas mil pessoas, com serviços que vão desde o exame para o diagnóstico da doença até a reabilitação do paciente. Mas o número de atendimentos ainda é baixo.
De abril a setembro últimos apenas 108 pessoas, de 45 cidades do sul da Bahia, procuraram assistência médica no setor de Oncologia da Santa Casa e a expectativa é que o número não chegue a 200 até o final de dezembro. A reduzida procura deve-se a diversos fatores e o principal deles é a inexistência em Itabuna de um local com instalações e espaço físico dignos para abrigar os pacientes de fora durante o período do tratamento, que pode ser curto ou durar meses.
“Hoje, a grande maioria dos pacientes que não dispõem de recursos financeiros fica na Casa de Apoio da Fundação Baldoíno, no bairro de Fátima. Mas só há 25 leitos disponíveis, número que não atende às necessidades”, explica o dr. Lincoln Ferreira. Lembrou que “do ponto de vista técnico”, as unidades de Oncologia estão vencendo as dificuldades porque estão muito bem estruturadas, com aparelhos de primeira geração e pessoal altamente qualificado.
“Mas, paradoxalmente, os avanços tecnológicos estão fazendo aflorar a problemática social. Se houvesse como abrigar mais gente na Casa de Apoio por certo o número de pacientes que viriam buscar atendimento em Itabuna seria infinitamente maior, o que infelizmente não vem ocorrendo”, lamenta o médico.
Sob o comando do coordenador Oduvaldo Carvalho, o Grupo de Ação Comunitária volta a se reunir na próxima quinta-feira, ao meio-dia, no local de sempre: o restaurante do Pálace Hotel. Dois assuntos estarão em debate: o precário atendimento nas agências bancárias e a programação do 100º aniversário de Itabuna.

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