sábado, novembro 28, 2009

OAB-DF cogita pedir impeachment do ‘demo’ Arruda

  Fábio Pozzebom/ABr
De candidato à reeleição, José Roberto Arruda, único governador do DEM, tornou-se candidato a protagonista de um processo de impeachment.


A seccional do DF da OAB cogita patrocinar o pedido. “Estamos montando o processo”, diz a doutora Estefânia Viveiros, presidente da entidade.

“Na segunda-feira, vamos designar relator para analisar as provas dos autos”. Se prosperar, a petição será protocolada na Câmara Distrital.

Está para o DF assim como as Assembléias Legislativas estão para os Estados. Há, porém, um problema. Um não. Vários.

Arruda foi pilhado numa reedição do caso do mensalão. Descobriu-se que paga mesada a deputados distritais.

Impedido o governador, deveria assumir o vice Paulo Octácio (DEM). Porém...

Porém, Paulo Octávio, dono de uma construtora, frequenta as páginas do inquérito como um dos provedores do mensalão brasiliense.

Impedidos Arruda e Octácvio, deveria assumir o presidente da Câmara Distrital, Leonardo Prudente (DEM). Porém...

Porém, Prudente é acusado de ter cometido a imprudência de beliscar mesadas do Palácio do Buriti, sede do governo do DF.

Inviabilizados Arruda, Octávio e Prudente, restaria entregar o governo do DF ao presidente do Tribunal de Justiça local.

Governista no Congresso Nacional, o PT é oposição no legislativo do DF. O peismo acena com a adesão ao pedido de impeachment de Arruda.

Gato escaldado, o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, lavou a fúria com água fria no twitter:

“Não defendo o impeachment do Arruda. Não devemos agir como o DEM. Defendo que as investigações sejam feitas, com serenidade, sem baixaria”.

Neste sábado (28), a Comissão de Ética da Câmara Distrital realiza uma reunião de emergência. Tenta definir o tratamento a ser dispensado aos seus mensaleiros.

Os devoradores de mesadas são contados, por ora, em uma dezena. Nada assegura que o número não vá crescer.

É de perguntar: Terá restado alguma réstia de ética numa Casa assim, tão carunchada? Dificilmente.

Em litígio com os fatos, o governador Arruda não se deu por achado. A voz dele soa em gravações captadas por meio de escuta ambiental.

Ainda assim, o governador José ‘Poliana’ Arruda nega participação nos malfeitos.

- Em tempo: O inquérito do mensalão de Arruda está acomodado em três volumes e três apensos.

Os volumes estão disponíveis aqui, aqui e aqui. Os apensos podem ser lidos aqui, aqui e aqui.

O material vale o desperdício de um naco de tempo do leitor neste final de semana.

O calhamaço compõe um quadro de degenerescência que deve se repetir em muitos Estados.
 
Escrito por Josias de Souza 

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