No post nº 1 destacamos como eram feitas as transmissões externas do rádio itabunense nos anos 60. Hoje vamos destacar a primeira rádio de Itabuna que transmitiu em FM (Frequência Modulada) e os primeiros microfones sem fio.
Quem pensa que a Musical (hoje, a Rádio Aleluia), foi a primeira emissora a transmitir em FM em Itabuna, errou. O feito coube a Rádio Jornal, que utilizava a frequeência 106.1 mghz, para interligar o seu estúdio localizado na praça José Bastos com o parque de transmissão que ficava próximo à Ceplac. Um transmissor Phillips de 50w transportava o som da 560 com uma qualidade de áudio impecável. Aliás eu, que não época era operador da RJ, colocava na técnica dois receptores sintonizados em AM e FM. A diferença era grande, exatamente como nos dias atuais. Os taxistas de Itabuna, que já tinham FM em seus veículos, ficavam pasmos com o som. Os radialistas de Ilhéus sintonizam a Jornal em FM, quando ainda não existiam emissoras em Frequência Modulada no interior baiano. Com a chegada da Musical FM e da Cidade de Ilhéus, o Dentel (a Anatel hoje), determinou a mudança do enlace estúdio/transmissor para VHF.
Os microfones sem fio utilizados nas jornadas esportivas eram imensos. Às vezes cobria o rosto do locutor e utilizavam ondas curtas. As baterias (oito) grandes só tinham vida útil para uma transmissão.
A Rádio Clube (atual Nacional) foi a primeira a usar um microfone em FM, cuja antena era um fio dependurado no fundo (não me lembro por que era chamado de "king-kong"). Paulo Roberto Rezende (Paulão da Galera) fez história, ao entrevistar o então prefeito Fernando Gomes a 200 metros de altura, num balão lançado a partir do Itabunão, anunciando o lançamento da construção do Módulo Center (o mais alto edificio de Itabuna à época). As outras emissoras que não dispunham do equipamento ficaram só observando. Foi com esse mesmo microfone colocado no técnico do Itabuna, que transmitimos vários coletivos apronto do azulino ouvindo as orientações dentro de campo e ainda: o árbitro Alcides Paulino dos Santos utilizou o mesmo micro durante um amistoso no estádio Luiz Viana Filho. Foi a primeira vez que o torcedor ouviu as conversas dentro de campo de um treinador e um árbitro de futebol com os jogadores. Isso aconteceu quase 10 anos antes do polêmico episódio do microfone colocado no árbitro José Roberto Wright no jogo Vasco X Flamengo em 2003. A equipe esportiva era formada, além de Paulão, por Magnobaldo Ribeiro, Eilton Oliveira, Ely Barbosa, Jota Hage, Jota Borges, José Rodrigues, Walter Barbosa, Gracinha Dórea (plantão) e eu na coordenação. A rádio funcionava 24 horas, tinha gerador próprio para estúdio e transmissor de 1 kw (foto) e, uma caixinha no estúdio operada pelo locutor, permitia que dois telefones fossem ao ar simultaneamente. Foi nessa época, também, que foi utilizada, pela primeira vez, uma câmera de eco nas transmissões esportivas. Do Maracanã, transmitimos com exclusividade para a região, dois jogos do Brasil pelas eliminatórias.
Transmissor digital AM utilizado atualmente pelas rádios Nacional e Difusora de Itabuna
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