Mensalão do DEM: Paulo Octávio renuncia ao cargo de governador interino do DF

Sem apoio interno e ameaçado e por um processo de impeachment , o governador interino do Distrito Federal (DF), Paulo Octávio, enviará na tarde desta terça-feira à Câmara Legislativa do DF carta de renúncia ao cargo. Mais cedo, ele anunciou sua desfiliação do DEM, para evitar a expulsão do partido. Com a saída de Paulo Octávio, quem assume é o presidente da Câmara do DF, Wilson Lima (PR), aliado do governador afastado, José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM), acusado de comandar o chamado mensalão do DEM.Na última quinta-feira, Paulo Octávio, que também é acusado de envolvimento no escândalo, chegou a redigir três diferentes cartas de renúncia e até entregar uma delas à líder do governo da Câmara Legislativa, Eliana Pedrosa, mas recuou no mesmo dia e disse que, por enquanto, permaneceria no cargo. Na ocasião, o governador alegou que mudou de ideia após receber apoio de última hora de correligionários, da população e até do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com quem se reunira naquele dia. O Planalto negou, no entanto, que Lula tenha sugerido a Paulo Octávio que ficasse mais tempo no cargo.
Wilson Lima, porém, pode não ficar muito tempo no cargo, se o Supremo Tribunal Federal (STF) aceitar o pedido de intervenção federal feito pelo Ministério Público. Ainda não há data para o julgamento. Na segunda-feira, o presidente da Corte, Gilmar Mendes, deu um prazo de cinco dias para que a Câmara Legislativa do DF se manifeste sobre o pedido.