Os postos de Atendimento Básico de Saúde em Ilhéus poderão amanhecer fechados a partir desta terça-feira (19), causando um verdadeiro caos no sistema de saúde pública do município. O atraso no repasse de recursos federais seria o principal motivo justificado pelos trabalhadores para a paralisação que só será suspensa com o pagamento dos salários devidos. O governo não está considerando esta segunda-feira como o primeiro dia de paralisação, pelo fato de ter decretado "Ponto Facultativo" pelo Dia do Comerciário.
Segundo as normas do Ministério da Saúde, os recursos federais só poderiam ser suspensos quando não houvesse alimentação regular dos bancos de dados nacionais de informação pelo período de três meses. Ou seja: quando o município deixasse de informar como utilizou os recursos anteriores. Rabat garante que Ilhéus está em dia com as informações e o atraso é de total responsabilidade do governo federal.
Com a paralisação – que deve atingir os 10 principais e maiores postos de saúde da cidade – toda a população deixará de ser atendida. Algumas pessoas com consultas marcadas há pelo menos 40 dias terão que retornar para casa sem o diagnóstico.
O médico e secretário Antônio Carlos Rabat tem tentado dialogar com os líderes do movimento no sentido de atender as consultas marcadas. Mas, segundo o secretário, a categoria está irredutível.
Os problemas financeiros na secretaria municipal de Saúde são antigos. Logo que assumiu a pasta, Antônio Carlos Rabat colocou o dedo na ferida. Disse que a saúde pública do município não estava funcionando a contento pelo fato de ter encontrado uma dívida de 4 milhões e 800 mil reais, somente junto a fornecedores de matéria-prima. Rabat definiu a gestão da sua antecessora, Marleide Figueiredo, como “temerária”.
Sem conseguir mudar o quadro e alegando motivos particulares, Antônio Carlos Rabat já confirmou o seu pedido de exoneração do cargo e deve deixar a função nos próximos dias. A carta já foi entregue ao prefeito Newton Lima e ao seu partido político, o PT.
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