Sem sonho de carteira assinada, Gaciba abandona arbitragem

Gaciba (ao centro) passará a comentar jogos para um grupo de comunicação do Rio Grande do Sul
Foto: Robertson Luz/Gazeta Press

As contestadas arbitragens do Campeonato Brasileiro questionam a necessidade do profissionalismo dos juízes de futebol. E, nesta sexta-feira, um dos principais nomes do quadro nacional abandonou a carreira. Considerado o melhor do País entre os anos de 2005 e 2008 em eleições promovidas pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol), o gaúcho Leonardo Gaciba abandonou o sonho de ser "efetivado" pela profissão do apito.
"Meu sonho de ter a carteira assinada como árbitro de futebol infelizmente não vai acontecer. Não existe profissionalização dos árbitros, mas somos cobrados como tal. Mas, agora, não faço parte mais do meio", afirmou o antigo árbitro da Fifa (Federação Internacional de Futebol e Associados), em entrevista ao Terra.
Acostumado à extrema pressão do cargo, Gaciba passará para o "outro lado" do futebol. O ex-árbitro recebeu uma proposta do Grupo RBS, afiliado da Rede Globo no Rio Grande do Sul, e passará a ser comentarista de arbitragem da Rádio Gaúcha e da RBS TV.
"Recebi um convite muito interessante e com a possibilidade de ter uma estabilidade, o que eu não encontrava na arbitragem", completou o gaúcho, um dos favoritos a ocupar o lugar de Carlos Eugênio Simon, que se aposenta no final deste ano, na Fifa. Com 39 anos, Gaciba teria mais seis de arbitragem sob a chancela da organização.
Mas, para ocupar o cargo de principal árbitro do futebol nacional e se credenciar à representar o País na Copa do Mundo de 2014, no Brasil, Gaciba precisaria superar os problemas físicos, os quais o vetaram de prosseguir no quadro de juizes da entidade máxima de futebol.
Em 2009, Gaciba foi reprovado nos testes da Fifa. Os laudos negativos da principal organização do futebol impediram o árbitro de apitar competições importantes como o Mundial Sub-20 e, até mesmo, a Copa da África do Sul, torneio o qual disputaria com Simon a oportunidade de representar o Brasil.
No último dia 21, o árbitro foi reprovado nos testes físicos, desta vez, da CBF, o que impediria Gaciba de apitar até o final da temporada. Agora longe dos gramados, ele afirmou não ter guardado mágoa de dirigentes, jogadores e, até mesmo, jornalistas.
"Foram aproximadamente 850 jogos, e todos maravilhosos", concluiu o ex-árbitro, e agora comentarista.