domingo, novembro 28, 2010

Dilema no Palmeiras: Felipão ameaça quem não correr e torcida ameaça quem correr contra o Fluminense

Os jogadores do Palmeiras vivem dias de muita tensão. Depois da eliminação da Copa Sul-Americana, na última quarta-feira, eles descobriram que o apoio recebido durante o torneio foi pontual. Agora vem a cobrança e ela gera situações absurdas. Neste domingo, o time enfrenta a equipe do Fluminense. A torcida manda perder este jogo, para não ajudar o Corinthians. O treinador quer disposição de vitória.
O técnico Luiz Felipe Scolari foi firme com o grupo na última sexta-feira, quando abriu uma reunião em que participaram jogadores, comissão técnica, comitê gestor e o presidente Luis Gonzaga Belluzzo, que tinha voltado ao cargo naquele dia.
Felipão avisou que todo mundo ia para a concentração, sem confirmar qual equipe pretende colocar em campo diante do Fluminense. Mas, como foi o primeiro a falar, saiu avisando em termos mais ou menos assim: “O jogador que eu perceber que está tirando o pé em dividida ou mostrando pouca vontade, não joga mais comigo”.
Esta ameaça veio complementada pelo anúncio de que o treinador iria espalhar no mercado quais atletas perderam por querer para o Flu.
O técnico falou na frente dos dirigentes. Deixou claro que não estava se importando sobre o que eles pensavam. Afinal, o diretor de futebol Wlademir Pescarmona chegou a brincar dizendo que, por ele, o Palmeiras perderia esta partida por WO. “Meu negócio é com vocês no campo e com o time”, teria afirmado Felipão.
Do lado do Fluminense, o técnico Muricy Ramalho disse que esperava esta atitude do colega palmeirense. “A gente está preparado para tudo. É uma situação difícil que eles devem estar passando”, disse já em São Paulo.
Neste sábado, depois do treino da manhã, os atletas seguiram para o ônibus que os levaria ao hotel/concentração. Tiveram que esperar porque uma das torcidas uniformizadas – a mesma que já agrediu o atacante Vagner Love no pátio de estacionamento de uma agência bancária – trancou o portão da Academia de Futebol com cadeado e correntes.
Os jogadores ficaram no ônibus e os torcedores gritavam palavras de ordens. Uma delas mandava que o time sequer empatasse com o Fluminense na Arena Barueri.

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