segunda-feira, novembro 15, 2010

Exército nega disparos após parada gay no Arpoador/RJ


O Comando Militar do Leste (CML) negou, nesta segunda-feira, qualquer envolvimento no caso do jovem Douglas, 19 anos, baleado na noite deste domingo, na Praia do Arpoador. Segundo o Exército, não houve registro de disparos de armas de fogo por miliatres de serviço no Forte de Copacabana no domingo e que o local da ocorrência não está sob administração do Forte. A nota do CML informa, ainda, que não foi feito nenhum tipo de patrulhamento externo por militares.
Mais cedo, a Polícia Civil solicitou, nesta segunda-feira, ao Comando Militar do Leste a presença do oficial do dia do Exército para prestar depoimento. O objetivo é identificar quem baleou o estudante. A apresentação se dará na próxima quinta feira na 14ºDP. O jovem e a família dele acusam um militar do Exército, lotado no Forte de Copacabana, de agressão, discriminação e de ter efetuado o disparo. A família teme sofrer represálias.
De acordo com a mãe de Douglas, a estudante de direito Viviane, de 37 anos, o filho, que é estudante do 3º ano do ensino Médio, tinha saído da Parada Gay e seguido para as pedras do Arpoador com um grupo de amigos. O local é conhecido como ponto de encontro de homossexuais e estava lotado. Três militares fardados, do Forte de Copacabana, que fica ao lado, chegaram ao local pressionando os frequentadores a sair. Douglas acabou sendo seguro por eles.
Ainda segundo Viviane, o filho contou que os militares pediram a identidade dele e o telefone da família. Após cumprir as exigências, ele disse que os militares argumentaram se seus pais sabiam de sua presença no local e que seria homossexual. O estudante teria respondido que a mãe sabia de sua condição de gay, o que teria irritado os militares. Em seguida, o jovem teria sido agredido com um soco no rosto por um deles e depois atingido com um tiro de pistola na barriga.
Douglas foi levado por policiais do 23º BPM (Leblon) para o Hospital Miguel Couto (HMC), na Gávea. O tiro perfurou lateralmente o abdômen do jovem. O estado de saúde dele é considerado regular e não há risco de morte. A família está tentando a transferência do jovem para um hospital particular. O caso está sendo investigado pela 14ª DP (Leblon). Douglas é aguardado nos próximos cinco dias para prestar depoimento.

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